domingo, 12 de outubro de 2014

OAB, a omissa

O Ministério Público vem recebendo os mais infames e infamantes ataques provindos de dona Dilma e sua corriola (não há outro termo para definir o bando). E não só a Procuradoria Geral da República mas, também, membros honestos do judiciário, como o juiz Sérgio Moro (que conduz os processos que envolvem o doleiro Alberto Roussef e o companheiro e amigo Paulinho Roberto Costa, unha e carne de figurões da nação petista).

Acostumados a saquear dinheiro alheio, a turma de dona Dilma se abespinha com a divulgação de notícias que os incriminam, irrespondíveis. Tão acachapante como um batom na cueca, fato verdadeiro e primeiro sobre o qual não resta qualquer dúvida. Aristóteles concordaria com tal observação. 

A roubalheira dos patriotas, é importante esclarecer, não nasceu ontem, mas anteontem, dentro dos sindicatos de onde desviavam recursos para financiar suas primeiras campanhas eleitorais. Não por acaso, os dois tesoureiros do PT - o professor de matemática Delúbio Soares (aquele que das quatro operações só aprendeu uma),  e o Dr. João Vaccari (especialista em cooperativas habitacionais fraudulentas) - foram forjados no mundo sindical. O vício é, pois, de origem. Não aprenderam a saquear depois que chegaram ao governo. O preparo foi bem anterior. Quando assumiram o comando da república, já estavam altamente qualificados nas artes da trapaça. A sangria do erário era só questão de tempo e oportunidade, evidência que se tornou maior quando se associaram a outros profissionais - a turma do PMDB e do PP - onde pontificavam Maluf, Janene, Sarney, Calheiros e outros de igual talento e calibre. O destino da administração pública estava selado: pura crônica de gatunagem anunciada. 

A aliança PT/PMDB concretizou uma síntese dialética entre dois tipos de especialistas: pirataria (PMDB) e corso (PT). Os métodos sempre foram os mesmos. O que os diferencia é a destinação do butim. Os piratas saqueiam para si; os corsários para o partido, entidade com aura similar à de uma rainha (vale relembrar os corsários ingleses, que pilhavam para a Coroa, nunca para si próprios). O modus operandi que vem sendo deslindado no caso da Petrobrás permite construir, agora, uma terceira categoria: a dos corsoratas, fusão dos que roubam para o partido e, também, desviam uma beirada para seus cofres particulares. A magnitude da roubalheira pode ser vista no volume de dinheiro que o tal Paulinho aceitou devolver aos cofres públicos - R$70 milhões - quase o equivalente ao que foi desviado do Banco do Brasil no escândalo do mensalão.

Impressionante em tudo isso é o silêncio da OAB. Fossem os tempos de Raimundo Faoro, a gloriosa Ordem teria chamado a si a responsabilidade de cobrar, no mínimo, compostura das autoridades públicas (dona Dilma e Lula à frente), que achincalham a Magistratura e o Ministério Público. A quadrilha de gatunos petistas desqualifica a autonomia de órgãos do Estado. Seus representantes, entretanto, como o Procurador Geral da República, restam mudos e cúmplices com os achaques. A OAB não fica para trás na omissão. Em vez de defender a ordem constitucional, a Ordem parece estar mais preocupada, aí sim, com as indicações de apaniguados para os cargos judicantes disponíveis nos Tribunais (desembargadores e ministros). 

Nesse ambiente de vale-tudo, a OAB nada diz, igualmente, sobre o programa "minha casa, minha vida" especial para juízes e ministério público (adjutório, ou bolsa, de quase R$5 mil reais mensais para custear despesas com moradia de tão nobres autoridades). O estado babá, ou o ogro filantrópico, como dizia Octavio Paz, é o mesmo que distribui espórtulas para os miseráveis, e abrigo e conforto para os mandarins da república.   

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