quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Enfrentar o PT e Dilma

Os tucanos cometem um erro grave em suas ações políticas. Com os petistas não se pode vacilar. Tratá-los de maneira civilizada é igual guardar uma cascavel no paletó. Se, mais tarde, enfiar a mão no bolso para pegar o bicho, ninguém pense que a serpente vai-se deixar conduzir placidamente. Parodiando o poeta, quem vive no meio de feras sente a inevitável necessidade de também ser fera. 

A relação com o petismo e seus associados deve se pautar, então, no mesmo método com que se deve tratar os terroristas do Estado Islâmico. Tais torturadores, degoladores e crucificadores só conhecem a linguagem da força. Alguém seria louco o suficiente para pretender conversar e negociar com aqueles psicopatas homicidas? Essa gente é a barbárie em estado puro. Caso necessário, vendem a própria mãe. Vendem e entregam para quem comprou. 

Tornado público em 2002, o episódio Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, já não foi suficiente para esclarecer as oposições? De lá para cá, nestes longos doze anos, toda uma sucessão de estripulias marcou a trajetória do PT e suas práticas com os poderes da república. É incrível que lideranças notáveis das oposições, enquanto a criminalidade corre solta, ainda elogiem a suposta honestidade e integridade dos maiores dirigentes petistas.  

O PT aprende, as oposições, não. A cada dia inovam com uma falcatrua, um roubo, um desvio, um atentado à fé pública. A obra da turma é vasta em tamanho e diversidade. O petistas furtam até o significado das palavras; prostituem respeitáveis dicionários. Dona Dilma, por exemplo, chama de "malfeitos" ao mais desabrido assalto aos cofres públicos perpetrado por seus amigos e colegas. O regime petista assemelha-se ao vigente na Rússia contemporânea: uma inescrupulosa cleptocracia, quase um pleonasmo. Nela o lema parece ser: roubai-vos uns aos outros. 

Dona Dilma é a candidata da quadrilha. Está a um passo de conseguir novo mandato popular que legitime o saqueio habitual do erário. Sua aparente falta de discernimento deveria ser o objeto das críticas mais contundentes ao final  da reta desta campanha eleitoral. Ela e Lula, unha e carne que são. O ponto crítico seria mostrar que seus subordinados nada fariam sem autorização prévia da chefia. Zé Dirceu o disse com todas as letras: "tudo que faço, faço com conhecimento de Lula". Os desvios de dinheiro do mensalão e do petrolão, portanto, obedeceram a um comando mais que conhecido e determinado. Dilma controlava com mão de ferro tudo que se passava na Petrobrás. Além de presidente do Conselho de Administração da empresa, a madame foi Ministra das Minas e Energia e da Casa Civil, de onde punha e dispunha, mandava e desmandava.

Lula e dona Dilma não eram neófitos. Já possuíam suficiente experiência na obtenção de fundos ilícitos para sustentar seus projetos políticos. Ele, com a grana dos sindicatos; ela, com assaltos a cofres e bancos para financiar o terrorismo nos tempos dos generais. Ou não foi ela quem comandou o roubo do cofre de Ademar de Barros, de onde foram sacados o equivalente hoje a mais de R$30 milhões de reais? 

Não há inocentes na administração pública. Os mecanismos de controle interno e de fiscalização são de tal maneira burocratizados, que somente numa ação bem orquestrada se pode saquear uma empresa como a Petrobrás. São assessores aos montes, motoristas, secretárias de pequenas, médias e grandes chefias, gerentes, superintendentes, e diretores de todos os calibres, além de multidão de técnicos, economistas, engenheiros e administradores de diferentes perfis. Patrocinar, sem que ninguém desconfie ou saiba, um assalto dessa envergadura aos cofres de uma empresa de tal porte, é de remota possibilidade. Não é impossível, porém, conforme se está a descobrir. Exigiria, no entanto, para perdurar durante tantos anos - mais de uma década, ao menos - uma teia de cumplicidade que a atravessasse de cabo a rabo. 

Aliás, dona Graça Foster - atual presidente e antiga responsável pela Diretoria de Gás e Óleo da Petrobrás - também nunca soube de nada? Nem suspeitava de que alguém estava lhe passando para trás? Ou ela era, igualmente e de fato, cúmplice, parceira e sócia nas negociatas?  As oposições deveriam chamá-la para o centro do cenário. Conhecedora da cultura da Casa, dona Graça Foster não poderia ignorar o que se passava debaixo de seus bigodes. Mais grave ainda é sua situação por ser ela, pelo que já foi publicado, íntima da madame. Não se sabe, contudo, se dona Graça foi ao casamento da filha de dona Dilma. Paulo Roberto Costa, o Paulinho, foi. Possivelmente este último era mais próximo ainda da família presidencial que dona Graça Foster. Ao festão ocorrido em Porto Alegre, só compareceram poucos, pouquíssimos, escolhidos entre os varões e viragos da República. Paulinho, o resolvedor geral dos problemas financeiros da turma, deve ter dado valioso presente aos noivos, consoante suas posses e a importância da mãe da noiva. A campanha de dona Dilma autoriza discutir tais laços íntimos e suas implicações para a nação.      




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