terça-feira, 21 de outubro de 2014

As leis e as salsichas

Bismarck, chanceler da Prússia nos idos do século XIX, já ensinava que não seria bom que se soubesse como são feitas nem as leis, nem as salsichas. O risco de um ataque de vômito seria muito grande. Na salsicharia do Palácio do Planalto as costumeiras carnes utilizadas exalam o odor esperado, coerentes com o apodrecimento geral daquele ambiente. Não surpreende ninguém que o empreendimento seja comandado por gente da estirpe de Lula e Dilma. Estes são apenas a parte visível do iceberg. Dando-lhes suporte está uma multidão cuja natureza é similar à deles: uma horda. 

Os resultados finais das eleições seguem em aberto. Apesar de resultados recentes de pesquisa indicarem um empate técnico entre Aécio e dona Dilma, é mais provável que os indecisos e os que admitem votar em branco ou votar nulo optem, ao final, pelo candidato oposicionista. Se quisessem escolher a candidata oficial, eles já o teriam feito, em vista da maciça propaganda martelada dia e noite, há mais de uma década, por todos os meios de comunicação. Caberá a largas frações das chamadas classes médias o papel decisivo nesse confronto entre a civilização e a barbárie.   

Como já versejava, em 1960, um poeta obscuro e amargo, porém, sagaz, em seu soneto "3 de Outubro" (que era a data das eleições antigamente):

Ei-los vendilhões da pátria escravizada,
Ei-los a disputar a marmita e a gamela.
Imorais fariseus arautos da embrulhada,
A preparar ao povo a cangalha e a sela.

E esse povo imbecil que tomba na esparrela,
Que não compreende a fraude, não entende nada,
Não vê que essa canalha a própria pança zela,
E quer ver a caveira à plebe degradada.

No fim da apuração o eterno resultado,
Que desde oitenta e nove a nação avassala,
Levando ao poder o patife e o tarado.

C'o ajuda do eito vil e os votos da senzala,
Caco se elege e Ali-Babá é deputado,
Numa competição de rifa e de cabala.

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