terça-feira, 22 de julho de 2014

O Brasil se empobrece




O Brasil se empobrece e não somente do ponto de vista econômico. Até na dimensão circense da política, há um esvaziamento do picadeiro. Quando da morte de Costa e Silva, Ulisses Guimarães definiu com precisão cirúrgica a natureza do triunvirato militar que assumiu as rédeas do governo: denominou-os de “três patetas”, em cáustica referência aos famosos cômicos americanos da primeira metade do século passado, adeptos de um humor chegado ao pastelão e à farsa física. Na época presente, nem três são agora os patetas que comandam o país. Reduziram-se a dois e, não demora muito, sobrará apenas um deles à frente da ribalta.

Lula da Silva não pode ver um microfone. Tomando-o, em qualquer lugar e situação, o resultado de sua intervenção é previsível: abobrinhas e obscenidades jorrando aos borbotões, sob o olhar embasbacado de plateias inverossímeis, que vão do lumpesinato tangido a mortadela e tubaína, até pelegos sindicais habituados desde sempre ao não-trabalho, passando por velhotas ainda histéricas, bem como intelectuais e acadêmicos chapas-brancas sempre à procura de uma boquinha no aparelho do estado. 

Duas das mais esquisitas criaturas dessa fauna – uma, filósofa mulata, dita uspiana, inimiga jurada da classe média e habitante de um estranho mundo paralelo e a outra, senadora da república, branca, de olhos claros e proverbial e fatal lourice, também versada em sexologia - de tal modo enfeitiçadas pelos sortilégios do farsante-mor até já o chamaram, em espantosa idolatria, de “deus”, ou lhe atribuíram a capacidade de paralisar o tempo, fantasticamente, para que o mundo pudesse sorvê-lo. Nem Moe, nem Larry e nem Curly, mesmo nos momentos mais agudos de suas carreiras como humoristas conseguiriam alcançar o nível de palhaçadas protagonizadas por Lula da Silva.

Já dona Dilma, coitada, à falta de maiores dotes, só lhe resta o histrionismo tacanho, ao modo dos Trapalhões ou de Tiririca, derivado da incapacidade insuperável de enunciar frases com sujeito, verbo e predicado. Ou, então, de servir de objeto de repulsa, no papel inglório de Monga, a mulher barbuda que se exibe em circos mambembes aterrorizando as criancinhas com suas caretas, apertando os beiços com ódio. Seu gestual grosseiro pode, no máximo, servir de alusão a velhos personagens de filmes de faroeste, quando caminham, pernas semi arqueadas, em passadas firmes e ritmadas para o duelo final, prontos para sacar a pistola. John Wayne não faria melhor. 

Os dois patetas, legítimos sucessores dos três patetas dos anos de chumbo, não querem, contudo, largar o proscênio. Imaginam-se eternos, querem-se amados e aplaudidos pela plateia, apesar das piadas e desempenhos que não sensibilizam nem fazer rir a mais ninguém. O último protagonismo que lhes resta será botar fogo na lona do circo. E disso eles são perfeitamente capazes.           

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