terça-feira, 22 de julho de 2014

ECOS DE BRASÍLIA

Eça de Queiroz costumava dizer que a “vadiagem é a mais absorvente das profissões” e, com isso, pouco tempo deixaria aos ociosos. Na mesma linha de raciocínio operava outro sagaz conhecedor da alma humana - o trovista Belmiro Braga. Questionado por um amigo, que reclamava dele, Belmiro, por não dar notícias, o poeta mineiro respondeu na lata, como se diz, ainda na agência do correio, em Juiz de Fora:


"Caro amigo perdoa,

a resposta demorada.

Você sabe, quem vive à toa

Não tem tempo para nada".


Pois, Lula da Silva, o rei da preguiça, e emérito profissional da vadiagem, conseguiu a façanha de subverter a vida pública brasileira ao construir seu governo sob o tripé da desordem, da imoralidade e do desperdício, em contraposição ao imperativo clássico de ORDEM, MORALIDADE e ECONOMIA. Transmitiu ainda seu DNA à sua sucessora, dona Dilma, a implausível. Esta senhora quer, agora, radicalizar o programa de desgoverno petista com mais desordem, mais imoralidade e mais desperdício, pleiteando a reeleição. Em linguagem contemporânea o dístico lulista ficaria assim: INSEGURANÇA, CORRUPÇÃO e INCOMPETÊNCIA.

As chapas petistas para as próximas eleições (nos diferentes níveis de disputa), com exceções que devem estar fundadas em algum equívoco, são enfeitadas por mensaleiros, gatunos da coisa pública e notórios parasitas, todos irmanados, unha e carne, com a vibrante companheirada dos chegados e simpatizantes, ávidos por uma teta estatal, ou uma boquinha, como já sentenciou conhecido político carioca. Uma eventual vitória de Fernando Pimentel para governar Minas Gerais, por exemplo, levanta já uma suspeita angustiante: quem será o futuro Secretário da Fazenda do estado? Com a má fama acumulada (que pode ser indevida ou injusta, vá lá a ressalva), avantaja-se como favorito o atual deputado federal Newton Cardoso, do PMDB.

A dobradinha do PT e do PMDB pode não ser justa, mas é perfeita: Deus os fez e o diabo os juntou. Dependendo da direção para onde se olha, vê-se o futuro ou o passado um do outro (o PMDB ao mirar o PT estará coberto de razões se afirmar ao parceiro: "eu sou você amanhã"). E, no presente, ambos se amalgamam na disputa pouco fraternal de siameses canibais - entre dois Cains, pois não cabe um Abel na relação - a se entredevorarem pelos votos dos grotões para onde estão sendo expulsos pelos eleitores das grandes cidades. PT e PMDB estão condenados a terminarem num abraço de afogados. É o melhor que pode acontecer ao Brasil. Sem o alimento dos cofres públicos poderão aprender a, novamente, fazer oposição política de maneira civilizada.



  

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