Marx dizia que a história humana é similar à história natural. São os fatos atuais que permitem compreender o passado, assim como a anatomia do homem é que explica a anatomia do macaco. O caminho a ser percorrido, portanto, é o de hoje para ontem e, não, o contrário. Ao se observar, por exemplo, as justificativas dadas pela cúpula do governo federal para não tornar públicos os gastos faraônicos com os cartões corporativos - que o presidente Luiz Inácio pode ser ameaçado em sua segurança pessoal - começa-se a melhorar o entendimento sobre facetas do passado brasileiro. Como não se deve duvidar da seriedade de ministros, há que se considerar que são sinceros em seu raciocínio. A ministra chefe da Casa Civil supõe que terroristas não podem saber onde as roupas presidenciais são lavadas. Talvez ela imagine que guerrilheiros com alta formação científica possam furtar uma cueca, retirar o DNA do presidente (ao estilo CSI), e fazer um clone que o substitua no poder. Quem sabe? Dona Dilma tem uma larga experiência em ações de guerrilha, atentados e, até, de seqüestro de cofres. Ela sabe como pensam eventuais terroristas!
A aura romântica que cerca a atuação de facções extremistas da política brasileira fazia crer que aquelas pessoas que se envolveram com a guerrilha eram homens e mulheres puros, porém, inteligentes. Pelo nível das explicações dadas pelos ex-guerrilheiros de ontem, e agora em altos cargos do governo, com relação à segurança presidencial de hoje, pode-se concluir que a atuação das forças armadas brasileiras (na repressão aos movimentos armados pós-64), foi muito facilitada pelo nível de compreensão da realidade que a turma possuía. Qualquer sargento de guarnição do interior, somente com um pouco de malícia, botaria a mão em tolinhos como aqueles, o que de fato aconteceu.. A ferocidade repressiva dos generais de antanho estava baseada em suposições positivistas que mandavam não subestimar os adversários. Excesso de zelo, pelo que se vê. Revolucionários com a mentalidade dos antigos “subversivos” podiam ser enfrentados com uma simples “boquinha”. O único que entendeu este fenômeno foi Golbery, que tudo fez para promover Lula da Silva nos idos dos anos 70. Golbery, o general dialético, sabia que aquela gente queria mesmo era enricar. O temor dele era de Brizola. Este, sim, era incontrolável. Lula da Silva, não. Estão aí os atos e fatos presentes iluminando e dando sentido ao que vivemos nas últimas décadas. Ou alguém imagina que um anão adulto foi um gigante na infância?
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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