terça-feira, 25 de outubro de 2016

Kalil, Maluf e Berlusconi


Kalil: “roubo, mas não recebo propina”. A frase sentenciosa faz lembrar Paulo Maluf: "estupra, mas não mata". 

As palavras e os conceitos se chocam dentro do cérebro confuso de Kalil, antes de explodirem nas bochechas de sua boca mole. Saem, então, aos borbotões, qual um fluxo de vômito nojento atingindo e contaminando todos os ouvintes. Em sua língua suja, igual a de Lula, o deboche é mais presente que a própria saliva.

É algo que soa surrealista, quase sem igual, se se pensar em outros casos similares e sobejamente conhecidos de gente que vive na esterqueira. Talvez o único passível de comparação direta seja o de Berlusconi, capo futebolístico da Itália, onde suas vilanias fariam os nativos de aquém mar se roerem de inveja.

Em seu bunga-bunga tropical, Kalil admite sua participação em “orgias”, mas busca relativizá-las imputando aos demais o mesmo desejo de gozo perverso. Como se assim suas perfídias se naturalizassem.

“Roubo, mas não recebo propina”, reconheceu Kalil em debate público. O velho sátiro justifica dessa maneira as surubas e estupros simbólicos praticados contra tudo e contra todos, contra pessoas e contra instituições. Nada lhe é proibido, nada deixa de receber sua baba, se estiver ao alcance de seu toque ou perdigotos.

Berlusconi, pelo visto, transferiu seus genes corruptores da fabulosa Milão para a pacata Belo Horizonte. O discípulo – Kalil – não desonra o mestre, se é que é possível alargar tanto o conceito de honorabilidade. 

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