domingo, 19 de junho de 2016

O Grande Sabichão



Grande Sabichão

Luis Barroso não perde uma oportunidade de perder a oportunidade, em especial ao desempenhar o papel de corregedor geral da vida nacional, notadamente quando está em foco a atuação dos políticos do PMDB e seus aliados. Dando-se ao desfrute de se achar dono da verdade - na confortável posição de julgar quem pode, ou deve, ser presidente da república ou ministro de Estado - o Grande Sabichão desfila impávido pela avenida ampla da política partidária brasileira. Aliás, e sem coincidência, sempre defendendo o PT e sua visão de mundo. 

Quando em presença de estudantes, então, o coice é certo, porém, não necessariamente, certeiro. Em vez de voltar sua atenção para resolver os desafios primordiais postos a ele e a seus pares no STF - julgar as dezenas de milhares de ações que mofam há anos em suas gavetas entulhadas - sua excelência prefere meter o bedelho em seara que não lhe compete.


Deveria, então, se seu ânimo é ser porta voz de interesses sectários, entrar de vez na disputa eleitoral postulando um mandato parlamentar. 


Ajudaria em muito a obtenção de justiça, frise-se, se o Grande Sabichão e colegas reduzissem, por exemplo, os enxundiosos votos que adoram proferir. Tais discursos torturantes, reconheça-se, têm, contudo, notáveis efeitos soporíferos no público que os ouve, bem como em algumas de suas, eventualmente, insones excelências. 


Mas não é o que se vê. O Grande Sabichão prefere julgar quem pode, ou não, ser ministro da Educação, como declarou recentemente, ao vituperar contra o deputado federal Mendonça Filho, do DEM. Este foi acusado de não ter condições para ocupar o cargo ministerial, num odioso desprezo à sua legitimidade e competência, não fora ele possuidor de vários mandatos populares, neles incluído o de governador de Pernambuco. 


Já Cid Gomes (o tartufo do Ceará), Tarso Genro (o  cultor de poesia onanista), Fernando Hadad (o higienista social), Janine Ribeiro (o nefelibata) e Aloisio Mercadante (o comprador de dossiês), todos ex-ministros de Lula e Dilma, seriam, na ótica barrosa, figuras exponenciais e talhadas para elevar aos píncaros a pátria educadora.

Pedindo emprestada expressão de sua lavra, o Grande Sabichão é, ao que parece, um ponto fora da curva quanto à neutralidade e isenção tradicional da magistratura superior brasileira.
 

Nenhum comentário: