Por falta de verba para
fretamento de jatinhos, o PT desistiu de bancar as viagens de Dilma Rousseff e
sua comitiva de desocupados. A partir de agora, a Assombração do Alvorada terá
de contentar-se com discurseiras no jardim, obedientemente aplaudidas pela
plateia que junta a criadagem do palácio ao bando de áulicos sustentados por
milhões de pagadores de impostos. É preciso manter a animação da tropa que
aguarda ao lado da patroa a definitiva ordem de despejo.
Neste ano, Lula não
recebeu um único e escasso convite para fazer palestras no Brasil ou no
exterior. Entre 2011 e 2013, foi sempre extensa a fila de empresários dispostos
a contratar por até 400 mil dólares um palestrante que se limitava a
cumprimentar-se pelo parto do Brasil Maravilha ─ um superlativo embuste
registrado em cartório. Com os avanços da Lava Jato, também parou de crescer
até a coleção de títulos de doutor honoris causa.
O fim da farra aérea de Dilma
e a aposentadoria forçada do camelô de empreiteira nada têm a ver com a crise
econômica que atormenta os brasileiros comuns: foram provocados pelo fechamento
das torneiras que abasteciam com dinheiro sujo o caixa do PT e o cofre do
Instituto Lula. Para ajudar a presidente demitida, o partido promete reprisar a
vaquinha que socorreu José Dirceu. O padrinho talvez já tenha reduzido o volume
de reservas sob a guarda de Paulo Okamotto.
O palanque
ambulante poderia usar o tempo que agora sobra ensinando aos 12 milhões de
brasileiros desempregados como é que se faz para viver uma vida de milionário
sem trabalhar. E tanto o poste quanto o seu fabricante deveriam aproveitar o
momento adverso para submeter-se a um teste de popularidade de altíssima
precisão. Basta que embarquem num avião de carreira e perguntem aos demais
passageiros o que estão achando da situação do Brasil.
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