domingo, 26 de junho de 2016

Crime hediondo



As malfeitorias, para adotar conceito caro a dona Dilma – que a cada dia vêm à luz - quase não espantam mais as pessoas decentes. Os petistas roubaram o Banco do Brasil, roubaram a Petrobrás, roubaram a Eletrobrás, roubaram os Correios e roubaram os fundos de pensão. A lista, contudo, não se esgota nestes casos, exemplos meramente ilustrativos. De fato, pelo que já se tomou conhecimento, poderia seguir, interminável, tão densa e tão inumerável quanto aquelas velhas listas telefônicas. 

Onde essa gente estiver, é batata: basta dar uma enxadada que surgirão montes de minhocas. Eis aqui um dos consensos da república a ser testado nas próximas eleições municipais. Quem votar no PT ou nos seus partidos satélites já sabe de antemão quais seus desdobramentos. O erário estará sob permanente ameaça de dilapidação em todas suas dimensões.

Para relativa surpresa do país, no entanto, parece que o petismo alcançou o estado da arte em seu ofício de predadores. Conforme vem sendo amplamente divulgado - a respeito das mutretas do crédito consignado - resolveram eles expropriar dos pobres avoengos da nação (aposentados e pensionistas), um capilé modesto de R$1 real sobre cada operação de registro bancário, derivada de empréstimos tomados pelos vovozinhos e vovozinhas em dificuldades financeiras. R$1 real é um número baixo que mais remete a esmola que a fonte de enriquecimento. Acumulados, entretanto, chegam a montante que superaria os R$100 milhões de reais. Nos tempos da finada fartura, tal procedimento poderia ser comparado ao vintém de Pedro, aquelas humildes contribuições que os fiéis de todo o mundo faziam para alegria dos tesoureiros do Vaticano. Nada mais nada menos que singela extração de sangue de pulgas.

Uma conclusão se impõe: ninguém está a salvo da volúpia argentária petista. Nem o ceguinho que se abriga encolhido num canto qualquer da praça. Se um dos predadores com estrelinha no peito passar por ali é fatal. O ceguinho ficará sem suas moedas e, talvez, até mesmo sem o chapéu ensebado. Roubar mixaria dos idosos é algo que nem o padre Vieira conseguiria imaginar. Não há explicação sociológica para tamanha perversão de caráter. Compreende-se o saqueio de grandes empresas, como a Petrobrás. Dali há o que se tirar, a carniça é grande, pode satisfazer a muitos. Mas enfiar a mão no bolso de gente frágil - para dele retirar algumas moedas - é algo que nem os bandidos mais pés de chinelo ousariam fazer. 

A gatunagem seria juridicamente não mais que um crime de bagatela, algo pequeno demais para materializar o tipo penal. Vista, porém, na sua amplitude, a deplorável prática assumiria dimensões de crime hediondo, do ponto de vista moral. Para fechar o arco do inimaginável só faltaria invadir uma creche e fugir depois com os pirulitos e chupetas das crianças ali abrigadas. Que os vovozinhos e seus netinhos se lembrem disso ao comparecerem às urnas em outubro próximo.

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