quinta-feira, 14 de abril de 2016

A queda de Dilma



Em seu famoso filme sobre Hitler, o diretor Oliver Hirschbiegel retrata as últimas horas do tirano. Recolhido em seu bunker, cercado apenas por um reduzido número de fâmulos, o abominável chanceler destila até o fim sua sociopatia primordial. O melhor do filme, no entanto, é servir de base para paródias diariamente divulgadas pela internet. Dona Dilma parece seguir pelo mesmo caminho de Hitler, numa cabal demonstração de que a vida pode imitar a arte. Entrincheirada no palácio de Planalto, a madame ensandecida vê demônios, golpistas e inimigos por todos os lados querendo ocupar seu trono.

Quem duvidar de que algo estranho se passa com ela, basta observar seus olhos sempre esbugalhados e a postura corporal canina, desafiadora, como a chamar qualquer um, por qualquer dá cá esta palha, para uma briga de tapas e unhadas. Alguém teria coragem de entrar num elevador junto com ela? Pois é esta senhora, com a tampa do caixão já a lhe ser pregada, que se debate furiosamente querendo fugir ao destino que ela mesma traçou. Suas escolhas, pelo terrorismo armado, ontem, e pela violação das leis do país, hoje, notadamente a Constituição Federal de 1988, são as causas únicas do processo de impeachment a que está sendo submetida pelo Congresso da República.

Cercada de tipos os mais extravagantes – basta conferir as figuras que ocupam, ou já ocuparam, seu exótico ministério – a implausível senhora revela, à medida que se aproxima do final o seu show macabro, a mais absoluta falta de compostura política: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, em retórica mambembe mal parodiando o clássico samba de Zé Kety. As lideranças majoritárias do Brasil, no entanto, cobram sua saída imediata. Realmente, é difícil suportá-la. Nas pessoas decentes ela só causa gastura. Só apoiam sua permanência no governo os parasitas costumeiros, que vivem de adjutórios extraídos da vasta cornucópia do erário: sindicalistas, professores, artistas e intelectuais chapas brancas, gente agraciada pelas bolsas de diferentes tipos e dimensões. Marx diria que, cevados à base de “salsichão e alho”, custam  um preço até que bem baratinho. Na falta do agrado clássico a esses comensais, pode-se apelar para a mortadela de carne de cavalo e para a tropical tubaína.

O Brasil passará pelo necessário processo de purificação; anos e anos, talvez décadas. A grande lição a ser aprendida, e cultivada, é não deixar a hidra sobreviver com suas inumeráveis cabeças. A complacência com os crimes e transgressões petistas, que não começaram agora quando chegaram ao poder, mas vem de muito longe, desde seu nascedouro como partido, deve ser uma política pública, uma decisão de Estado. A Constituição alemã proíbe a existência de partidos que atentem contra a Federação, pelo conteúdo de seus programas partidários ou pela conduta de seus membros. Eis aí um bom exemplo para nós. Reduziria, e muito, o banditismo político nacional. Veja, a seguir, o artigo a respeito:

Artigo 21

[Partidos]

(1) Os partidos colaboram na formação da vontade política
do povo. A sua fundação é livre. A sua organização interna
tem de ser condizente com os princípios democráticos.
Eles têm de prestar contas publicamente sobre a origem e
a aplicação de seus recursos financeiros, bem como sobre
seu patrimônio.

(2) São inconstitucionais os partidos que, pelos seus objetivos
ou pelas atitudes dos seus adeptos, tentarem prejudicar ou
eliminar a ordem fundamental livre e democrática ou por
em perigo a existência da República Federal da Alemanha.
Cabe ao Tribunal Constitucional Federal decidir sobre a
questão da inconstitucionalidade.

(3) A matéria será regulamentada por leis federais.


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