terça-feira, 30 de junho de 2015

Mineirices: da broa de milho à mandioca


Nos tempos inglórios de Sarney, o professor Aloisio Pimenta foi nomeado Ministro da Cultura, sucedendo José Aparecido de Oliveira (de quem, se dizia malevolamente, jamais ter lido um livro sequer), outra sumidade também nascido nas belas montanhas de Minas Gerais. 

O velho professor e ex-reitor da UFMG fez furor, à época, ao eleger a broinha de fubá como símbolo da cultura brasileira. A jequice não encontrou similar, ao longo dos últimos 25 anos, até surgir, resoluta, a estranha dama que ainda preside o Brasil, com a superlativa capacidade de produzir pérolas que dificilmente serão superadas no futuro. 

Dona Dilma, então, seguiu o espírito dos conterrâneos de tão boa cepa (ela, nem tanto, pois marcada pelas condutas tronchas herdadas das estepes bárbaras da Ásia central), e resolveu investir no perigoso terreno do simbólico e da cultura. 

Após beber, certamente descuidada, uma cuia de forte cauim, fruto do aipim mascado por alguma índia de bons dentes, posto a fermentar nalguma cabaça num canto ali da oca, deu de fazer o panegírico da mandioca, escolhida por ela para substituir a broinha no imaginário nacional.

Ficamos, assim, portanto: sai a broa e entra a mandioca. Millôr Fernandes deveria estar vivo para comentar as novidades. Uma pena que tenha partido tão precocemente.

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