"Manifestantes ligados ao PT e às centrais sindicais pararam ontem a Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra o anúncio do governo federal de cortar 70 bilhões de reais do orçamento. Também houve manifestações em Brasília, onde cerca de 400 pessoas tentaram impedir a reunião do presidente Aécio Neves com a chefe do FMI, Christine Lagarde.
O ex-presidente Lula classificou a reunião
com o FMI como um ato de submissão do Brasil ao sistema financeiro
internacional. “As elites conseguiram o que queriam: curvar o país ao FMI e
tirar o dinheiro da saúde e da educação”, disse Lula. “Não podemos interromper
a nossa luta contra o sistema neoliberal tucano.”
Paredes de sete ministérios amanheceram
pichadas com as frases “Contra o ajuste neoliberal”, “Fora Aécio, Fora FMI”,
“Volta, Dilma” e “Fora, tucanos”.
Em protesto contra o corte do orçamento da
Educação, pelo menos quarenta universidades federais decidiram manter a greve
que já completa três meses. “Se Dilma tivesse sido reeleita, não estaríamos
passando esse vexame”, afirmou o presidente do sindicato dos professores.
Celebridades ligadas à esquerda também se
pronunciaram. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, o ator José de Abreu e o
escritor Fernando Morais preparam uma marcha de intelectuais a Brasília. O
cantor Chico Buarque publicou nas redes sociais uma foto vestindo uma
camiseta com a frase “Ajuste fiscal não”.
Em Porto Alegre, a ex-presidente Dilma
Rousseff classificou o corte de gastos como absurdo e inadmissível. Ao lado de
Arno Augustin, ex-secretário do Tesouro Nacional, ela disse: “O que eu
posso dizer a vocês, no sentido de afirmar mesmo, é que o Brasil está numa
posição, ou melhor, num posicionamento de atitudes que jamais aconteceriam se a
eleição tivesse outro resultado, não aquele resultado que teve efetivamente”.
Pelo que a reportagem conseguiu entender da declaração, a presidente quis dizer
que jamais colocaria um banqueiro no Ministério da Fazenda ou concordaria com
cortes de gastos".
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