quinta-feira, 28 de maio de 2015

Aquele a quem os deuses odeiam, fazem-no professor

Em sua coluna do dia 27 de maio, no portal da VEJA, Rodrigo Constantino publicou o seguinte texto:


"Pergunte a dez “intelectuais” como resolver os problemas do Brasil e terá dez respostas iguais: educação. Se com isso querem dizer jogar ainda mais recursos públicos no modelo atual de ensino estatal – e é isso mesmo que querem dizer, então estão redondamente enganados. Nosso modelo está falido, transformou-se numa máquina de doutrinação ideológica, e de desrespeito ao professor, que muitas vezes vive em clima de total insegurança.

A quebra de hierarquia em sala de aula, o ambiente um tanto anárquico e caótico, os desafios à autoridade do professor, tudo isso começou lá atrás, na década de 1960, e foi um fenômeno mundial. Mas aqui no Brasil, especialmente nas periferias, a situação saiu totalmente do controle. Os alunos ameaçam com o uso de violência e dominam a escola, fazendo o professor temer o exercício de sua profissão.

Um caso estarrecedor foi filmado por um celular e ocorreu em Minas Gerais, dentro da biblioteca do Colégio Estadual Dom José de Haas, no município de Araçuaí.

Na sequência, um jovem de 14 anos, estudante do sexto ano, em meio a risadas de outros alunos, começa a importunar a professora com perguntas de baixo calão. Em determinado momento, o aluno toca nos seios e nas nádegas da educadora. Além disso, empurra os livros que estavam na mão da mulher no chão. Ela chega a questioná-lo: “Você não respeita ninguém, não?”. Mas não é suficiente para fazer a sequência de ofensas parar. No fim do vídeo, os dois chegam a trocar agressões.

De acordo com a vice-diretora do colégio, Silvana Cunha, o caso ocorreu na tarde do dia 10 de abril. Segundo ela, o garoto foi suspenso das aulas no dia 15 de abril, e, desde então, está impedido de assistir às aulas. No dia 23 de abril, foi realizada uma reunião na escola com os pais dos alunos para falar sobre o episódio. Segundo Silvana, a direção está tentando transferir o aluno de escola. Ainda de acordo com a vice-diretora, o pai do jovem não compareceu ao colégio após o episódio. O caso também está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar do município.

Que tipo de gente pode achar graça numa “brincadeira” dessas? Como os professores podem lecionar num ambiente desses? E Chico Buarque acha que basta jogar ainda mais recursos públicos em nossas escolas estatais para evitar crimes como o que matou o médico ciclista Jaime Gold?

Não, o buraco é bem mais embaixo! O Brasil se transformou numa fábrica de delinquentes, e são vários os motivos, entre eles: a impunidade, a subversão de valores morais, a falta de limites impostos pelos pais, a transferência da responsabilidade de educar para o estado, etc. Tudo isso permite esse tipo de abuso que vimos acima, sem maiores consequências para o rapaz. É tudo muito triste e desanimador. A educação é fundamental para um país, sem dúvida. Mas como apostar nessa “educação” que o estado oferece?"

Para quem quiser apreciar o espetáculo, segue o link abaixo: 


Quem quer ser professor?


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