terça-feira, 17 de junho de 2014

Dilma e as vaias



Dona Dilma recebeu cartão vermelho; todo o mundo viu e ouviu. Não só lá, é bom não esquecer, mas em diferentes lugares onde alguma multidão se reuniu para assistir os jogos da seleção brasileira. As imagens divulgadas a respeito mostraram homens e mulheres apelando para fescenina injúria, aos berros, à atual presidente da república. Os maus modos sempre praticados e estimulados pelo lulo-petismo, ao que parece, fizeram escola. Tremenda façanha que pode ser debitada, também, a dona Dilma que ainda outro dia pontificou, com desassombro, que nas eleições era permitido fazer o diabo. Pois aí está. As incivilidades costumeiras protagonizadas pelos expoentes do PT (Lula à frente, como não podia deixar de ser), impregnaram o sentimento popular: eis aí parcela das mais consistentes da herança maldita que essa gente vai deixar, aliás, já deixou.

O petismo não se incomoda com as críticas feitas a seu peculiar modo de governar. As denúncias de suas trapaças, corrupção e incompetência generalizadas são respondidas com desdém, isso quando a turma se dá ao trabalho de responder. Tais críticas, elaboradas por lideranças políticas, pensadores, artistas e outros intelectuais encontra-os fechados em copas, na obtusa convicção de que aqueles que os questionam não possuem legitimidade para fazê-las. O petismo, de fato, é impermeável à voz da razão. Os exemplos são colossais. Dariam para preencher um volume do tamanho de uma lista telefônica, daquelas antigas. Seus maiorais, quando pegados com a boca na botija, e tal como o demonstra o caso do mensalão, são considerados por eles quase que santos, apesar de criminosos: companheiros inocentes – acreditam - devotados à nobre causa de transformar o Brasil numa filial combinada de Cuba e Venezuela, estas repúblicas dignas dos mais imundos yahoos (Swift nada sabia do Brasil, mas nos profetizou há trezentos anos).

Impossibilitado o diálogo sobre os fatos e os rumos futuros, o povo brasileiro tem apelado para o argumento último dos desesperados: as vaias nos campos de futebol. Um típico fenômeno de massa que faz o PT sangrar na veia da verdade. Muito diferente dos Black Blocs, arruaceiros gestados nas entranhas do petismo para intimidar o povo. Este só tem sua voz para ferir, no centro do alvo, o ponto fraco destes totalitários que nos infelicitam. As massas, agora sem a canga dos que se julgam seus donos traduzem, numa crua expressão dirigida à cúpula governista, a repulsa às sujeiras que viraram costume na última década. Uma compreensão da natureza humana notável, digna de um psicanalista. Os poderosos, que nunca se tocavam com as elaboradas construções simbólicas dos críticos intelectualizados (aquele nhem-nhem-nhem típico de tucanos), sofrem doravante com a linguagem direta do homem comum. Com suas impublicáveis alusões indecentes, o povo demonstra que aprendeu bem a lição: a pornografia política não é mais monopólio do PT.

  

Um comentário:

Alex disse...

Uma turba sem rosto ofender a presidenta, não concordo, mas é uma coisa pequena.
Terrível mesmo é um governo que não tem vergonha de dizer que a culpa é de uma "Elite Branca". Isto é racismo. Crime inafiançavel. Sou branco, não estava no estádio, nunca estaria porque nem gosto de futebol, não sou dessa tal Elite. Mas fui incluído. Me sinto hoje um subcidadão. Me sinto como um judeu na alemanha dos anos 30. E ninguém comenta nada?