quarta-feira, 25 de março de 2009

A CRISE E A RESPONSABILIDADE DE LULA

Há versos de Camões que nos tocam profundamente. Quem não se comove, por exemplo, com os "sete anos de pastor serviu Jacó a Labão, por causa de Raquel serrana bela"? Seus sonetos estão inundados do encantador lirismo que propicia àqueles que os lêem uma grande felicidade. Camões, também, nos brinda com lúcida avaliação sobre o comportamento humano em situações de crise. No episódio de Inês de Castro ele é implacável ao dizer: "o fraco rei faz fraca a forte gente". O genial artista português parece que estava olhando o futuro através de uma bola de cristal; sintetizou, assim, num único verso a imagem que descreve o Brasil atual.

Luiz Inácio é um fraco. Apesar de ser dele a responsabilidade pelo que o país vai passando ele, em sua pedestre concepção de mundo, atribui a outros a culpa pelas mazelas que estamos enfrentando. No largo período de bonança em que a economia mundial se expandiu prodigiosamente, o incompetente Luiz Inácio fazia como a cigarra da fábula - viajava, cantava, comia e bebia à farta. Não conduziu o Brasil como se esperava dele. Agora, porém, no período de retração econômica, ele joga sobre os ombros alheios culpas que são somente suas. Na sabedoria bíblica está gravado: nos tempos de vacas gordas produz-se, poupa-se e espera-se com tranquilidade a chegada dos tempos das vacas magras. A grandeza de José do Egito foi organizar o povo para os dois ciclos que viriam - o da abundância e o da escassez, num efetivo exercício da liderança que lhe foi outorgada. E assim foi feito, conforme se relata. Luiz Inácio, no entanto, é um declarado amante da ignorância e da estupidez. A leitura e o estudo lhe causam azia e urticária, conforme ele próprio o declarou. Não precisava, entretanto, saber Economia Política nem ter lido enfadonhos manuais sobre gestão pública para se sair bem na sua missão. Bastava-lhe, tão somente, uma singela devoção periódica às grandes lições do maior dos livros.


O diagnóstico que o preguiçoso presidente fez a respeito da atual crise diz mais dele que quaisquer outras palavras. Diferentemente da força da percepção de José do Egito (que viu os problemas com clareza e propôs as soluções corretas), a fragilidade intelectual e espiritual de Luiz Inácio o fez ver como "marolinha" o furacão em que nos vemos mergulhados. Veja-se que já no final do ano (quando a crise econômica já nos engolfava), o débil Luiz Inácio ficava a recomendar ao povo brasileiro que gastasse e consumisse mais e mais, quando a voz da sensatez recomendava extamente o contrário. E agora, quando os que se endividaram seguindo as recomendações presidenciais estão a perder seus empregos, o que fazer? Luiz Inácio vai asssumir os boletos das prestações e dos cartões de crédito dos que o obedeceram? Talvez fosse a hora de um movimento popular que se organizasse para enviar ao Palácio do Planalto as faturas derivadas do irresponsável conselho - Lula vai pagar as contas de sua "sugestão" amiga. Amiga da onça, evidentemente.

Enquanto, ainda neste verão de 2008/2009, as chuvas provocavam estragos generalizados e as famílias sofriam o desespero da perda de seus pertences levados pelas águas ou atolados no lodo e nos lamaçais, o inefável Luiz Inácio curtia a doce vida mergulhando nas águas límpidas de Fernão de Noronha ou pescando na Baía de Todos os Santos, como se nada estivesse acontecendo. E na sua tosca percepção - verdade seja dita - nada de fato acontecia. Um líder débil como este atual presidente estava no mundo das nuvens, completamente descolado das graves realidades do povo. Não conseguia perceber nem os problemas estruturais nem os pequenos problemas do cotidiano que afetam-nos a todos. Faz sentido, portanto, os versos definitivos de Camões: o fraco rei faz fraca a forte gente! E pensar que ainda o toleraremos por longos 17 meses...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótima postagem. Camões sabia das coisas a tanto tempo. E depois, burros são os portugueses??