terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O PAPEL DAS OPOSIÇÕES

O papel da oposição é fazer oposição. Esta óbvia redundância nem sempre é reconhecida e praticada por muitos que se dizem oposicionistas na atualidade. Tremem de medo de enfrentar a máquina de propaganda do governo federal caso assumam uma postura afirmativa e de enfrentamento programático e ideológico. Os tucanos, por exemplo, no seu comportamento ambíguo (especialmente por ocasião do episódio do mensalão), deixaram passar a chance de propor a cassação do mandato de Lula da Silva, o verdadeiro líder da “sofisticada quadrilha” que se instalou no Planalto. Há quem pense que os banqueiros nacionais e internacionais muito agiram para orientar os vacilos do tucanato, em vista dos fabulosos ganhos que o regime petista lhes proporcionava. Banqueiros são homens pragmáticos, afinal de contas, e não correriam riscos de terem seus negócios prejudicados com o colapso do lulismo.

Se existe uma lição que os petistas propiciaram ao país nos últimos trinta anos, esta foi a firmeza em fazer oposição (pelo menos isto se lhes há de reconhecer). Que razão ou razões, portanto, teriam aqueles que pensam em outro projeto para o Brasil (quando passam a questionar os atos desta “sofisticada quadrilha”), em ficarem cheios de dedos e de quase pedir desculpas por divergirem do situacionismo? Rabo preso? Sentimento de culpa? Temor da violência usual do lulo-petismo? É um equívoco (que cobrará elevado preço), imaginar que se pode pensar em suceder Lula da Silva e seus gafanhotos sem um questionamento duro do que ele representa. Partidos de natureza totalitária, como o PT e alguns de seus satélites, não admitem a pacífica rotação de poder característica das democracias constitucionais. Quando se aboletam nas estruturas do Estado só são removidos à base de benzina, em vista de suas nódoas genéticas.

Quem tem olhos para ver já percebeu que Lula da Silva começa, estrategicamente, a construir um ponto de fuga para não ser responsabilizado pelos efeitos da presente crise. Vendendo uma imagem triunfante de sucesso e de fartura, continua programando viagens inúteis pelo mundo afora, e a entupir os meios de comunicação de indecente propaganda. No seu habitual sistema de bravatas buscará transferir tudo que for negativo para as costas de outrem. E no seu roteiro até 2010 brilharão inaugurações de máquina de cortar salame, pedra fundamental de obras que nunca se edificarão, operações tapa-buracos em rodovias, planos (no papel) que garantirão aos incautos cidadãos promessas demagógicas de casa, comida, roupa lavada, passada e engomada para todos etc. Há que se desmistificar tal projeto. Este é o papel das oposições: decodificar e explicitar de maneira legível o monumental engodo que a máquina de propaganda oficial nos quer fazer engolir. Fora disto é tornar-se cúmplice dos quadrilheiros.

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