terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O LULISMO COMO DEGENERAÇÃO

O governo de Lula da Silva incorpora a cada dia um novo palhaço à sua diversificada troupe. Com efeito, as lideranças do lulismo, quer estejam em cargos do Executivo ou do Legislativo, principalmente neste, configuram um verdadeiro exército de Brancaleone em termos de personagens exóticos. As aberrações ali são a regra e não a exceção. Quando Lacerda disse, quarenta anos atrás, que o General Castelo Branco era mais feio por dentro que por fora, não podia imaginar o que a História nos reservava. Figuras lombrosianas – verdadeiras caricaturas vivas – aparecem diariamente nas telas da TV exibindo suas almas transfiguradas nas expressões da própria face e do restante do corpo. É como se os habitantes dos inumeráveis círculos do Inferno houvessem subido à Terra para atazanar e punir os homens da superfície.
Ex-guerilheiros de ambos os sexos, covardes uns, dedos-duros outros, mais hábeis no seqüestro de cofres e pecúnias alheias que na realização de operações militares; boquirrotos impenitentes que da legislação em vigor só captam o que lhes convém, chegando ao absurdo de se ter um ministro da Justiça (?) que renega publicamente a Constituição vigente que ele deveria defender; professores extravagantes – gatunos, uns, delirantes, outros, associam-se a uma alcatéia de canídeos (Lobos, lobinhos e Lupis) em mordidas permanentes no erário, juntamente com seus parentes e outros comensais; deputados e senadores esquisitos, alguns vindos diretamente do arvoredo amazônico, outros de academias de ginástica – portando pranchas de surfe e longas madeixas parafinadas – com um estilo discursivo coerente com seu aspecto e estilo de viver; mulheres pavorosas – verdadeiros breves contra a luxúria e na boca das quais a prece vira blasfêmia (conforme sugeria Euclides), – mostrando em suas carantonhas o efeito deletério de trocar o phoder pelo poder; corruptos e frascários de variados calibres capazes de colocar despesas com amantes na conta de concessionárias de serviços públicos; alcoólatras, libertinos, traficantes e devotos de jogos ilegais passeando livremente pelos corredores governamentais etc. Todos eles acima referidos, mas não só eles, somados configuram um governo de flaneurs cujo objetivo supremo parece ser o de exercitar os sete pecados capitais. E tudo sob as bênçãos veladas de frades e sacerdotes atrevidos e simoníacos, além de bispos idólatras do dinheiro, descendentes diretos de Anás e Caifás.

Pois eis que surgiu aí, saltitante e fagueiro, portando a cada dia um coletinho catita, deliberadamente escolhido dentre sua inumerável coleção de adereços, o novo ministro do meio ambiente – Carlos Minc - parecendo ter saltado para o palco do Planalto vindo diretamente de algum circo mambembe (o tal Minc, velho correligionário de Dona Dilma, é apenas mais um dos egressos da velha POLOP – Política Operária – a ascender ao poder da República). Inspirado, com certeza, no desempenho de outro bufão famoso na política brasileira, o performático Minc chegou cheio dos “prendos e arrebentos” que marcaram o estilo do finado ex-presidente João Batista Figueiredo (o general naturalista e proto-ecologista que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro de gente). O bordão de Minc que deverá compor, futuramente, um brasão familiar, é de um ridículo atroz. “Tremei, poluidores, tremei!” lançou ele aos ares, num plágio deslavado do “prendo e arrebento” generalesco. Se o novo ministro fosse levar a sério o espírito que anima seu repto, deveria ter começado limpando a verdadeira estrebaria de Áugias em que se transformou a capital da República. Os casos de corrupção no governo Lula da Silva, pela sua extensão e recorrência, configuram uma verdadeira “política pública”. Pois a verdade é esta: nunca, em toda a história deste país, uma tal coleção de celerados exerceu o controle político de nosso povo. Parece a corte de Ricardo III ou de Calígula, tal o número de degenerados, físicos e morais, só que elevada à enésima potência, quando comparados os personagens – os da realidade e os da ficção. Tudo parece acontecer como se uma inconsciente reação antieugênica estivesse em processo, numa verdadeira subversão civilizatória conduzida por agentes que não sabem o que fazem nem o que representam. Uma espécie de descarnavalização social que, ao inverter o sentido geral das coisas (peculiar à carnavalização), privilegia a normalização do grotesco, do fraudulento e da mentira. Este reverso do reverso - a descarnavalização da carnavalização usual de que se valem as sociedades para questionar a ordem vigente - cria espaço para que prosperem as figuras absurdas que hoje se destacam na nossa cena política nacional.
Se Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar perpetuamente uma pedra morro acima que, ao chegar lá, logo retornava ao seu ponto de partida rolando ladeira abaixo, Lula da Silva parece cumprir uma maldição semelhante. Com um agravante, em relação a Sísifo: o infeliz grego cumpria seu destino em trágico silêncio. Lula da Silva, não! A cada dia, numa vilegiatura interminável, ele ofende nossos ouvidos com uma peroração insana. Os deuses pagãos, porém, não o condenaram, como poderia supor a comparação com Sísifo. Os condenado fomos nós, pobres mortais, a ter que ouvir – dia após dia – o resultado da baba pegajosa de Lula da Silva, eternamente preso a um palanque de onde nunca desceu e fugindo, como o demônio foge da cruz, de qualquer responsabilidade com o trabalho ou a algo que a este se assemelhe. As vulgaridades e os ditos de má fé, aliás, são mais presentes na sua boca que a própria saliva. Ainda recentemente, para criar “vacina” contra a responsabilização que fatalmente ainda cairá sobre ele com relação ao incremento da inflação (cujos índices começam a subir perigosamente), Lula da Silva brindou o país com uma explicação torpe do processo inflacionário. Segundo ele, a inflação “é culpa de quem vende e de quem compra, de quem governa e de quem não governa”.
A estupidez cristalina da declaração é de tal ordem, que uma pessoa normal duvidaria ser possível que alguém ocupante do cargo de presidente da república pudesse fazê-lo. Nem o Conselheiro Acácio conseguiria realizar façanha semelhante a esta, e a tantas outras que se perdem no anedotário. A má-fé da formulação lulesca, no entanto, salta aos olhos. Ele quer, antecipadamente, se prevenir de qualquer ataque à sua incúria e incompetência. Dizer que a culpa da inflação é de quem “compra e de quem vende” é afirmar, em outras palavras, que a culpa é de todos nós. Ele, Lula da Silva, não tem nada a ver com isto, afirma de maneira obliqua. O Brasil não é uma país de todos? Pois, então, a culpa da inflação, na lógica presidencial, também é de todos. Ou seja, nós somos os responsáveis. Ele, Lula da Silva, ainda se atribuiria o mérito de ter “alertado” o povo de sua “verdade”.

Se o preceito do esclarecimento (tal como entendido pelos discípulos de Kant), for mesmo um imperativo a ser seguido, é necessário continuar o desmonte das fraudes praticadas por Lula da Silva e sua gangue. Talvez, assim, a cada dia que passar, homens livres e de bons costumes possam se somar ao conjunto daqueles que resistem à barbárie que esta gente degenerada representa. Não se pense que Lula da Silva seja o que de pior nos possa acontecer. Estão à nossa espreita para roer nossos olhos, outros “operários das ruínas”; gente que responde pelos nomes de Dilma, Tarso, Ideli, Marta, Ciro etc., e, quem sabe, até piores que estes.

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