quinta-feira, 7 de março de 2019

Alemães e o Brasil: a vocação mercenária


Um jornalista alemão, dias atrás, publicou matéria em que criticava o atual governo brasileiro. Pela forma adotada por ele parece que o fez a soldo. Recebeu pronta resposta do ministro Ricardo Sales, do Meio Ambiente. Aqui, agora, apenas um pequeno comentário lateral.

A vocação mercenária alemã é antiga. Pode ser rastreada em episódios que se perdem na história brasileira. O pitoresco caso de Hans Staden - arcabuzeiro a serviço das tropas portuguesas em luta contra os Tupinambá, em meados do século XVI - produziu famoso livro que foi lido até por Montaigne, conforme se depreende dos seus Ensaios.

No início do século XIX, no bojo dos conflitos vinculados ao processo de independência do Brasil, Dom Pedro I usava, para se proteger, de um fornido magote de soldados oriundos de Hamburgo, mercenários, por suposto. 

Não deve, pois, causar maior espanto encontrar na atualidade figuras, como o tal jornalista, retomando o papel de novo arcabuzeiro ou de novo pretoriano da guarda pessoal dos autoritários de sua devoção. 

É, tão somente, uma vocação esparramada ao longo dos tempos.

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