quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Gansos de ceva


O serviço da dívida pública brasileira consome centenas de bilhões todos os anos. Em 2015, por exemplo, os bancos "ganharam" R$500 bilhões de reais. Para se ter ideia da magnitude desses valores, eles corresponderiam a uma receita de R$1,5 bilhões por dia. Dos cofres da nação, qual uma cornucópia inesgotável, jorram assim fabulosas quantias para os rentistas. 

Enquanto isso, o governo federal, os estados e os municípios se digladiam pela divisão de R$5 bilhões provenientes da repatriação de capitais ilegalmente mantidos fora do Brasil. Cinco bilhões configuram mais uma espórtula que uma receita sólida e volumosa a ser rateada por critérios federalistas. Equivalem aos juros pagos à banca durante três dias ou, de outro ponto de vista, a um por cento (1,0%) dos já referidos R$500 bilhões.

Este é o resultado financeiro a que nos conduziram os governos do PT e seus penduricalhos. A origem de tal descalabro encontra-se na emenda constitucional 40/2003 que liberou o tabelamento de juros e entregou o país aos agiotas. O pacto entre o sistema financeiro e o petismo foi delineado ali, com a supressão do artigo 192 da Constituição de 1988. 

Enquanto os banqueiros nadam em dinheiro, o presidente Temer distribui esmolas entre os entes federados, postados frente ao palácio do Planalto como os gansos de ceva, todos com os biquinhos levantados para receberem a ração habitual.   

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