sábado, 13 de agosto de 2016

Da mesma laia (publicado em O Tempo, de 28 de novembro de 2009)

"Os outros presidentes são todos da mesma laia!" O autor da frase é ele mesmo. Sim, é ele, o atual presidente da República, Lula da Silva, que assim se referiu aos seus antecessores em evento recente na capital mineira. Nem é preciso ir a um dicionário para saber que laia é uma palavra depreciativa sobre alguma característica comum a um grupo de pessoas. Mais do que um arroubo eventual em linguagem de sarjeta, no entanto, a assertiva presidencial mostra ao grande público a forma habitual de pensar de um homem carente de qualquer estofo espiritual. Carência, aliás, não só dele, como, também, daqueles que o cercam e o seguem caninamente.

Não é de se estranhar, então, que a vulgaridade esteja mais presente em sua língua do que a própria saliva. A coleção de desatinos daria para fazer um dicionário político-pornográfico. Do ponto de vista político, a forma lulesca de conceber o mundo (dividido, segundo seus acólitos, entre "nós" e "eles"), mostra a incrível persistência de uma concepção de origem stalinista, mesmo após aquela sangrenta ditadura comunista ter-se dissolvido no tempo.

Pois não é que Lula, Zé Dirceu e Dilma (para ficar apenas nos nomes mais notórios) desenterraram do museu das perversões históricas a teoria de Jdanov? Esse tal de Jdanov, ex-ministro da Cultura do regime soviético, dizia que o ambiente político se dividia em dois campos: os que estão conosco e os outros que, certamente, não estando conosco, estão contra nós.

Assim, quem estiver "conosco" pode ser o maior patife, o maior gângster ou o maior canalha que, apesar disso, será acolhido no ninho (deixam de ser piratas para virarem corsários do rei). Estão aí os nomes emblemáticos de Sarney, Maluf, Calheiros, Jáder Barbalho e toda a turma do mensalão.

Essa gente primitiva reduz o mundo, portanto, a duas possibilidades antagônicas: se não é preto, é branco; se não é amigo, é inimigo; se não é crente, é descrente. A rigidez mental os leva a praticar, ao longo da vida, os maiores desatinos, inclusive a tortura e o assassinato em massa. Não possuem qualquer limite. Estão aí para o demonstrar os exemplos do dia a dia. A própria corrupção do governo Lula, com sua frondosa cleptocracia, é uma herança ideológica do stalinismo, conforme se observa na estrutura similar da Rússia atual, ainda marcada pelos hábitos de Stalin.

Não é algo fortuito: é parte de um sistema, de um modo bárbaro de ver e de viver. Nada diferente de Hitler e similares que povoaram a história humana. Quem duvidar se ponha a ler as manifestações de Zé Dirceu, Dilma e de outros asseclas conhecidos que os seguem e defendem.

O propósito deliberado desses liberticidas é implantar nos trópicos uma imitação barata e tardia dos regimes totalitários de outrora. O culto à personalidade, ao estilo stalinista, é apenas a parte visível do processo. Tem o resto.

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