sábado, 10 de outubro de 2015

Ventos e tempestades

Inferno, Canto XXV - punição dos ladrões


Velho adágio ensinava: quem planta vento colhe tempestades. A ojeriza que o povo brasileiro vem demonstrando ao PT e às suas lideranças é a prova viva daquela verdade. Não é gratuita tal rejeição. Colhem apenas um pouco do que plantaram com afinco e zelo. O coitadismo do qual lançam mão para se fazerem de vítimas é só mais uma prova de cinismo temperado com atrevimento. Poucos seriam os adultos que não conseguiriam citar um exemplo de condutas delinquentes, atrabiliárias e arrogantes cometidas por petistas ao longo dos últimos trinta anos. 

Um inventário de suas incivilidades preencheria toneladas de papel. Não há um setor da vida social que tenha ficado imune a seus atos deletérios. Em escolas de qualquer nível as práticas petistas mais pareciam piadas, para dizer o mínimo, tal o nível de desfaçatez. Ficaram famosas as folclóricas agitações patrocinadas por seus simpatizantes nos corredores de vetustas universidades. Para impor sua totalitária visão de mundo, bandos de bárbaros tumultuavam atividades escolares normais, soprando seus apitos a guisa de argumento, irritando professores e demais alunos que só queriam trabalhar e estudar, e não podiam.

Tumultos e outras impertinências conduzidas por marmanjos petistas desocupados (em boa parte financiados com dinheiro dos sindicatos ou pixulecos de empresas públicas), infernizam a vida dos cidadãos comuns. Adoram engarrafar o trânsito nos horários de maior movimento nas grandes cidades. Para eles é fácil, pois que não trabalham nem têm quaisquer outras obrigações. Isso quando não estão na linha de frente da paralisação de serviços essenciais: educação, saúde, transporte, combustíveis, energia etc. O povo fraco e dependente que se dane, é o conceito que os orienta sem qualquer remorso dos males que provocam.

Na dimensão da vida política eleitoral e parlamentar o elenco das malfeitorias da moçada (para lançar mão do curioso jargão da presidenta), chega ao nível do sublime. Onde há petistas e seus acólitos pode-se esperar alguma trapalhada. É quase que a crônica de uma morte anunciada. Os recentes episódios do mensalão e do petrolão, sem subestimar as novas patifarias que marcham para o centro do palco (atingindo outras empresas públicas cujos cofres estão a descoberto), sugerem que o petismo gangrenou todas as instituições. Alguns, com suposta ingenuidade, alegam que o PT de antigamente era puro e honesto. A convivência com Maluf, Barbalho, Collor, Sarney e outros é que os teriam levado a cair na vida. Falso. O homem adulto já está na criança. Aprenderam a saquear o erário treinando nos sindicatos, nas entidades estudantis e nas diversas associações. Foi um processo, bem sucedido, se não for heresia dizer isso. 

O espírito de rapina do PT é comprovado pelo destino dos seus últimos tesoureiros. Um foi para a Papuda, o outro engaiolado pela Lavajato. Ou alguém terá a cara de pau de dizer que o PT se financiava vendendo estrelinhas em barracas de camelôs no centro das cidades? Quando desembarcaram na presidência da república, em 2003, o fizeram com a mão grande e a goela aberta. Que o diga o caso, até hoje não esclarecido, da primeira briga dentro da caverna de Ali-Babá, que levou a mudança, um ou dois meses após a posse, da cúpula do Ministério do Trabalho. Essa gente - do mesmo modo que outros flibusteiros - é capaz de vender a própria mãe para fazer uma boa catira. A única diferença é que os petistas entregam a velha, tudo conforme o combinado. 

A rejeição popular vista hoje possui, portanto, raízes profundas. O futuro dessa quadrilha está selado. Aguarda-os a sétima vala do oitavo círculo do Inferno (Canto XXV), onde os ladrões correm em meio de enormes serpentes. Quando por elas picados, entram em combustão, reduzindo-se a cinzas, para renascerem logo em seguida. Que Dante tenha razão em sua especial profecia.

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