A pesada tributação do fisco mostra, assim, uma de sua facetas mais perversas: servir de fonte de financiamento da boa vida da nova classe dominante brasileira. Para tanto, esmaga os cidadãos, extraindo sangue de pulgas (e serão milhões delas), para encher um simples copo que seja, para alimentar aqueles vampiros. O velho e bom modelo criado pela Igreja - através do vintém de Pedro - erigiu a fabulosa fortuna do Vaticano, o que não o impedia de viver a proclamar sua devoção aos pobres e à igualdade social. Ainda chegará o dia em que a desobediência civil dos espoliados (galhofeiramente chamados de "contribuintes"), trará mais justiça para os pagadores de impostos, estes escravos que sustentam tão extravagante situação.
Reportagem da Folha de São Paulo de 13 de julho do corrente ano informa, para espanto, mesmo daqueles que não se espantam com mais nada, que o dinheiro da Petrobrás serviu, também, para pagar prostitutas de luxo:
"Além de financiar a compra de
helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobras
pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato também foi usado
para pagar serviços de prostituição de luxo com "famosas" da TV e de
revistas para diretores da estatal e políticos, segundo relatos de delatores às
autoridades do caso.
A história foi explicada ao Ministério
Público e à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef e o emissário dele,
Rafael Angulo Lopez, após eles terem sido questionados sobre expressões usadas
nas planilhas nas quais registravam o fluxo do dinheiro do esquema de
corrupção.
De acordo com os controles dos dois
delatores, só em 2012 cerca de R$ 150 mil foram gastos para financiar a
contratação das garotas, algumas delas conhecidas pela exposição em programas
de TV, capas de revistas e desfiles de escolas de samba.
Colaboradores explicaram que todos os
valores associados aos termos "artigo 162" e "Monik" nas
planilhas foram destinados ao pagamentos de prostitutas que cobravam até R$ 20
mil por programa.
A expressão "artigo 162" era
uma referência ao número do endereço de uma cafetina conhecida como
"Jô", que agenciava os programas para os dirigentes da Petrobras e
políticos.
Nas planilhas entregues aos
investigadores, há vários lançamentos de R$ 5 mil e R$ 10 mil ligados a esses
termos. Muitas vezes as prostitutas buscavam os pagamentos em dinheiro no
escritório de Youssef, segundo os relatos.
O dinheiro do esquema de corrupção
também era usado para bancar festas com as garotas. Só em uma delas, no terraço
do hotel Unique, em São Paulo, foram gastos R$ 90 mil principalmente em
bebidas, de acordo com os delatores.
Um comprovante de transferência
bancária de um ex-diretor da Petrobras para uma garota conhecida na mídia, no
valor de R$ 6 mil, foi encontrado em uma das buscas autorizadas pela Justiça na
Lava Jato, e ficou famoso entre os investigadores do caso.
A força-tarefa da Lava Jato não
utilizou esse papel e as explicações dos delatores sobre o emprego de valores
desviados para contratação de prostitutas, pois a mera solicitação ou aceitação
de propina ou vantagem pessoal já confere o crime de corrupção —não importando,
para fins penais, a maneira como o dinheiro sujo foi utilizado.
Embora a prostituição não seja crime,
explorar o trabalho de garotas de programa é".
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