segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sexo, drogas e rock in roll

A vida em Brasília continua na sua habitual normalidade: o dinheiro das propinas acabou em muito sexo, drogas e rock in roll. Após chegar ao paraíso, em 2003, a classe trabalhadora ou, ao menos, seus mais notáveis representantes, incorporaram no seu estilo de vida as mais antigas facetas da cultura do hedonismo. Deambulação pelo mundo para assistir espetáculos teatrais ou, então, para saborear um bom prato de bacalhau, são exemplos de que tudo pode ser apreciado na conduta lasciva dos mandarins da república. Manuel Bandeira traduziu isso profeticamente: "Vou-me embora para Pasárgada, lá sou amigo do rei, lá tem prostitutas bonitas pra gente namorar, lá tem alcaloide à vontade" etc., etc.  

A pesada tributação do fisco mostra, assim, uma de sua facetas mais perversas: servir de fonte de financiamento da boa vida da nova classe dominante brasileira. Para tanto, esmaga os cidadãos, extraindo sangue de pulgas (e serão milhões delas), para encher um simples copo que seja, para alimentar aqueles vampiros. O velho e bom modelo criado pela Igreja - através do vintém de Pedro - erigiu a fabulosa fortuna do Vaticano, o que não o impedia de viver a proclamar sua devoção aos pobres e à igualdade social. Ainda chegará o dia em que a desobediência civil dos espoliados (galhofeiramente chamados de "contribuintes"), trará mais justiça para os pagadores de impostos, estes escravos que sustentam tão extravagante situação.

Reportagem da Folha de São Paulo de 13 de julho do corrente ano informa, para espanto, mesmo daqueles que não se espantam com mais nada, que o dinheiro da Petrobrás serviu, também, para pagar prostitutas de luxo:


"Além de financiar a compra de helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobras pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato também foi usado para pagar serviços de prostituição de luxo com "famosas" da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos, segundo relatos de delatores às autoridades do caso.

A história foi explicada ao Ministério Público e à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef e o emissário dele, Rafael Angulo Lopez, após eles terem sido questionados sobre expressões usadas nas planilhas nas quais registravam o fluxo do dinheiro do esquema de corrupção.

De acordo com os controles dos dois delatores, só em 2012 cerca de R$ 150 mil foram gastos para financiar a contratação das garotas, algumas delas conhecidas pela exposição em programas de TV, capas de revistas e desfiles de escolas de samba.

Colaboradores explicaram que todos os valores associados aos termos "artigo 162" e "Monik" nas planilhas foram destinados ao pagamentos de prostitutas que cobravam até R$ 20 mil por programa.

A expressão "artigo 162" era uma referência ao número do endereço de uma cafetina conhecida como "Jô", que agenciava os programas para os dirigentes da Petrobras e políticos.

Nas planilhas entregues aos investigadores, há vários lançamentos de R$ 5 mil e R$ 10 mil ligados a esses termos. Muitas vezes as prostitutas buscavam os pagamentos em dinheiro no escritório de Youssef, segundo os relatos.

O dinheiro do esquema de corrupção também era usado para bancar festas com as garotas. Só em uma delas, no terraço do hotel Unique, em São Paulo, foram gastos R$ 90 mil principalmente em bebidas, de acordo com os delatores.

Um comprovante de transferência bancária de um ex-diretor da Petrobras para uma garota conhecida na mídia, no valor de R$ 6 mil, foi encontrado em uma das buscas autorizadas pela Justiça na Lava Jato, e ficou famoso entre os investigadores do caso.

A força-tarefa da Lava Jato não utilizou esse papel e as explicações dos delatores sobre o emprego de valores desviados para contratação de prostitutas, pois a mera solicitação ou aceitação de propina ou vantagem pessoal já confere o crime de corrupção —não importando, para fins penais, a maneira como o dinheiro sujo foi utilizado.


Embora a prostituição não seja crime, explorar o trabalho de garotas de programa é".

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