![]() |
A grande obra de Dilma |
O desespero de Dilma Rousseff transborda em explosões de fúria reveladoras. Em abril, ela dizia: “Eu tenho certeza de que minha campanha não teve dinheiro de subornos”.
Agora a Folha informa que,
após Ricardo Pessoa acusar sua campanha de embolsar propina da Petrobras, Dilma
reuniu, no dia 26 de junho, seus comparsas Aloizio Mercadante, Edinho
Silva, Giles Azevedo e José Eduardo Cardozo, e disse:
“Não sou eu quem vai pagar por
isso. Quem fez que pague”.
É a nova versão do “houve,
viu?”, expressão com que ela admitiu a existência do petrolão após meses
acusando a oposição de “golpe”.
Dilma sapiens também disse na
reunião, com a fineza de costume:
“Eu não vou pagar pela merda
dos outros”.
Nem precisa. Basta que pague
pela própria. Furiosa, ela ainda cobrou
Cardozo por não ter impedido que as revelações de Pessoa viessem a público dias
antes de sua visita oficial aos Estados Unidos, num momento em que buscava
notícias positivas para reagir à crise.
“Você não poderia ter pedido ao
[ministro] Teori [Zavascki] para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a
delação? Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem”.
Assim como Lula, Dilma queria
que Cardozo interferisse no Judiciário, o que ela mesma acabou fazendo dias
depois, ao atacar os procedimentos de prisão preventiva adotados pelo juiz
Sergio Moro e ao ter um encontro clandestino no exterior com o presidente do
STF, Ricardo Lewandowski, supostamente intermediado pelo próprio Cardozo, que
buscaria assim se redimir.
Como escreve Josias de Souza
sobre o golpe português:
“Dilma estava a caminho da
Rússia. Aterrissou em Portugal a pretexto de reabastecer o jato presidencial.
Em vez de Lisboa, preferiu o Porto. Lewandowski e Cardozo estavam na cidade de
Coimbra. Participavam de um seminário de nome sugestivo: ‘O Direito em Tempos
de Incertezas’.
Na versão oficial, Lewandowski
soube por Cardozo que Dilma faria escala em Portugal. E pediu ao ministro da
Justiça que intermediasse o encontro com a presidente. Em Brasília, o
mandachuva do STF poderia cruzar a praça a pé para chegar à sala de Dilma. Em
Portugal, teve que vencer os cerca de 120 quilômetros que separam Coimbra do
Porto. E querem que ninguém faça a concessão de uma surpresa. É certo que o
brasileiro baniu dos seus hábitos o ponto de exclamação. Mas há limites para o
cinismo.”
Há limites, também, para a
oposição permitir que Dilma faça com o Brasil o que Cardozo fez com a sua
viagem. Os
brasileiros não aguentam mais pagar pela “merda” de seu governo.
(Felipe Moura Brasil)
(Felipe Moura Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário