quinta-feira, 31 de julho de 2014

Os bons de serviço

O período eleitoral se renova a cada dois anos; eleições de base local - prefeitos e vereadores num ano - e governadores, deputados, senadores e presidente em outro.  Partidos e candidatos apresentam-se então ao povo para pedir seu voto. A publicidade dos postulantes é um show de criatividade e de cores. As promessas são exponenciais, gravadas em ricas páginas coloridas e sedutoras imagens do porvir. O mínimo que oferecem ao eleitorado pode ser traduzido no tripé: casa, comida e roupa lavada; dependendo da situação pode-se ampliar o último ponto, oferecendo a roupa, além de lavada,  já passada e até engomada. De uma coisa pode-se ter certeza: não há escassez na ousadia. A maioria dos pretendentes possui inaudita coragem para propor tópicos impossíveis de serem realizados, como se os eleitores fossem um bando de idiotas ou de desmiolados e desmemoriados. Os críticos mais severos do cinismo prevalecente (céticos frente ao lero-lero da vez), costumam dizer que, em vez de coragem, há candidatos que, de fato, são portadores de elevadas doses de caradurismo. 

Por tudo isso dito acima, é necessário divulgar fatos que ajudem os eleitores na sua decisão, em cinco de outubro. Evidentemente que fazê-lo implica o risco de ser perseguido ou censurado, tal como ocorreu com analista de um grande banco, que foi punida pela sua opinião contrária aos interesses dos mandarins refestelados em Brasília. A continuar este espírito de caça às bruxas, comandado pelos atuais governantes (não esquecer que há jornalistas amaldiçoados que já fazem parte de um índex proibitorum forjado pelo PT, ao modo do Vaticano), em breve chegaremos ao mesmo nível da imprensa de Cuba e da Coréia do Norte: amordaçada, acoelhada e subjugada. Torçamos para que fique só assim esse esgar totalitário.

Falando em Cuba, o ex-ministro Fernando Pimentel, da copa e da cozinha de dona Dilma, pretendente a governar Minas Gerais, tem uma ficha que não pode ser considerada limpa, do ponto de vista democrático e político. Foi ele patrocinador de acordos comerciais com Fidel Castro (e com famigerados sobas africanos também), cujos termos estão protegidos por cláusulas de silêncio, que só poderão ser divulgadas quando todos nós já estivermos mortos. Pois bem, o ex-ministro, repita-se, é candidato a governar Minas Gerais, terra das maiores tradições libertárias no Brasil. Ora, por que, então, tamanho segredo envolvendo o dinheiro público usado para beneficiar ditaduras? Se fosse eleito, o ex-ministro pretenderia também governar Minas Gerais com segredinhos que não podem vir à luz do dia? Talvez Pimentel não tenha lido a Constituição cidadã; um de seus mais caros princípios é o da publicidade, sem falar, é claro, da moralidade, dentre outros que presidem a gestão da coisa pública.

O candidato Fernando Pimentel foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante quase todo o mandato de dona Dilma Rousseff. Sob seu comando foi implantada uma pífia política industrial cujos resultados são refletidos diariamente pela grande imprensa. A outrora pujante indústria brasileira cresce, agora, como cresce o rabo de cavalo: para baixo e sempre. O único setor que se salva do nefasto governo de dona Dilma é o agrícola, apesar do esforço governamental para inviabilizá-lo. Estará Pimentel pretendendo fazer com a indústria mineira o mesmo que ele fez com as indústrias nacionais? Segundo ele mesmo diz, Minas não pode ficar restrita à produção do minério de ferro e à agricultura. Ora, se ele não conseguiu alavancar a indústria brasileira, quando era ministro, qual mágica usará para desenvolver industrialmente o nosso estado? O povo mineiro tem o direito de questionar e, principalmente, de duvidar de seus propósitos. No papel tudo é possível. Mas só no papel. 

O povo mineiro não se esquece dos "bons conselhos" dados por Pimentel a um pequeno fabricante de tubaína lá em Pernambuco (nem dos resultados alcançados pelo infeliz empresário assessorado por profissional tão gabaritado), e, muito menos, da farsa das igualmente supostas consultorias milionárias prestadas à Federação das Indústrias de Minas Gerais, antes de se tornar ministro de dona Dilma. Outras pérolas do seu "programa" de governo ainda serão aqui avaliadas.        

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