"Lá o presidente negro, aqui...
O POVO DE FORA
O sistema de eleições prévias nos Estados Unidos é difícil de ser implantado em outros lugares. O federalismo que lá se pratica é muito diferente do nosso e de outros países. Mas é inegável que há uma grande participação popular na escolha dos candidatos dos dois principais partidos. O mundo inteiro conhece hoje o negro Barack Obama, suas idéias, sua vida, seus compromissos e ligações, além dos principais pontos de seu programa de governo. Para nós, brasileiros, ainda existe a lembrança da premonição genial de Monteiro Lobato quando escreveu “O Presidente Negro ou o Choque das Raças”, no longínquo ano de 1926. Parece que o livro está sendo relançado.
Aqui os partidos políticos têm até o dia 30 de junho para escolherem os seus candidatos a prefeito e a vereadores. A propaganda eleitoral começa no dia 6 de julho, segundo as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral. Como não existe democracia nos partidos e nem interesse da população, saberemos pela imprensa quem são os candidatos e quais as coligações que se fizeram para que cumpramos a obrigação de votar no dia 5 de outubro, sob as penas da lei, porque o voto é obrigatório. Os candidatos se apresentarão, com imagens preparadas por publicitários (mais vale o que parece ser do que aquilo que é...), as cidades se encherão de cartazes, as ruas de “santinhos”, promessas e tapinhas nas costas não faltarão, o horário eleitoral gratuito(?) das televisões e dos rádios irritará a população e chegaremos ao dia das eleições com as ruas cheias de cabos eleitorais pagos para conquistar o voto dos indecisos entre os milhões de desinteressados.
Este é um resumo triste e pessimista da nossa dura realidade, reconheço. Mas o que fazer se, como dizem os mais jovens, “está tudo dominado”? Vejam o exemplo de Belo Horizonte. Quando o ano começou já havia um candidato escolhido pelo prefeito Pimentel e pelo Governador Aécio que sempre se deram muito bem, embora de partidos adversários. Esta boa relação, tradicional entre prefeitos e governadores de Minas Gerais, transformou-se em um valor, mais do que numa obrigação. Nenhuma proposta para a cidade, nenhuma discussão com os partidos (afinal eles se julgam os donos, dos partidos e da verdade). Os eleitores? Ora...os eleitores. Eles farão o que nós decidirmos. Este é o caminho mais curto para um ser presidente e o outro governador. Isto é o que importa. O que vale é a conquista do poder. Os instrumentos de comunicação que “fazem a cabeça” do povão estão em nossas mãos. Não somos os campeões em gastos com publicidade?
Como a direção nacional de um dos partidos não aprovou a coligação a imprensa se ocupou, durante cinco meses, diariamente, dos conchavos para superar a divergência. O povo de fora, como sempre. E se, no dia da eleição, o eleitor tomar consciência de que só ele é que manda no próprio voto?"
(Artigo não publicado na imprensa de autoria de Antônio Faria - advogado)
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
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Um comentário:
Olá, Professor...
Meu nome é Deusdédite e sou seu aluno em Sociologia da Educação. Compareci à aula hoje, no entanto, não houve. Gostaria de saber qual e-mail devo mandar o trabalho final.
Grande Abraço,
Deusdédite
ddbdn@yahoo.com.br
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