sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Sátiros encanecidos


Velhos sátiros gostam de carne nova. Inspiram-se no edificante exemplo do rei Davi que, muito friorento, e já nos estertores de sua longa vida, dormia abraçado com Abisague, formosa e jovem virgem, posta a ele para lhe aquecer a carcaça nas frias noites daquele áspero oriente, sem contudo chegar ao paroxismo de tê-la conhecido. Só o calorzinho de uma perfumada pele cor de pêssego já era o bastante para Davi bem adormecer, entoando loas infindas ao Senhor. 

Deixando de lado a inspiração bíblica, pode-se apelar ao explicativo e popular ditado "para cavalo velho o remédio é capim novo", quando homens idosos se achegam com parceiras que poderiam ser suas netas. Claro que para evitar discriminação de gênero, costuma-se dizer também, em justa contrapartida, que "para égua velha o remédio é mandioca puba".

Famoso por sua concupiscência, o ex-presidente, e recém viúvo, Lula da Silva tem, agora, a oportunidade de se igualar a alguns dos ocupantes, ou ex-ocupantes, de cadeira presidencial. Há exemplos em todos os lugares do planeta. Nada de barangas, por favor. Melhor variar, deixando de lado material reciclado contemporâneo. Gatinhas há aos montes, todas seduzidas pelo afrodisíaco do poder, ou por sua expectativa. Sassaricam por aí trêmulas, loucamente desejosas por um pitéu de boa cepa. E, sobretudo, fugir de estagiárias. Por causa de uma destas, Clinton entrou pelo cano.  

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