quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Pimentel voador


O governador Pimentel defendeu que o uso do helicóptero oficial (utilizado por ele para levar para casa o filho ressaqueado pelas libações natalinas ocorridas nas Escarpas do Lago), é legal, previsto em decreto estadual, e que gastaria mais se não o usasse.

"Se eu fosse de carro, iriam duas equipes comigo antes, para verificar as condições de segurança, e ainda dormir no local. Imagina o custo que isso tem", afirmou Pimentel, em entrevista ao jornal "O Estado de Minas" publicada nesta terça, 03 de janeiro. 

A preocupação com os gastos sugere ser o governador Pimentel um homem atento à economia e ao zelo com o dinheiro público. Isso, entretanto, é só aparência. O condomínio luxuoso onde o filhote se esbaldava está a apenas 300 km de Belo Horizonte (a "criança", é bom frisar, tem lá seus vinte aninhos). Não seria mais barato mandar um veículo qualquer buscá-lo? Essa gente que possui tantos carros não poderia escolher um motorista, talvez um amigo, para fazer o deslocamento do rapaz até o recôndito do lar? Quem sabe, até, uma solidária carona? Mesmo pela singela dúvida: ele, o filho, foi para a festança de helicóptero?

Mas, não. Fiel à sua natureza predatória (basta conferir o que já se sabe da Operação Acrônimo, Bené que o diga), o ainda governador Pimentel não iria se privar de fazer uso dos privilégios e mordomias que seu cargo oferece. Há, no entanto, uma significativa distância entre o lícito e o legítimo. Tudo me é permitido, mas nem tudo convém, dizia São Paulo. Escravidão já foi legal, porém eivada de ilegitimidade.  É uma questão civilizatória, assunto que passa longe do exótico modo petista de ser.

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