segunda-feira, 25 de abril de 2016

Reitores


Segundo me foi relatado certa vez pelo professor Theotônio dos Santos, os reitores de universidades japonesas, caso estejam em qualquer cerimônia, inclusive naquelas com a presença do Imperador, assumem ritualmente a presidência dos trabalhos. Professores, aliás, são os únicos para quem o Imperador se levanta para cumprimentar, numa demonstração de respeito e reconhecimento pelo seu papel na sociedade.

No Brasil, claro, o buraco é mais embaixo. Ao contrário do que acontece no Japão, os reitores brasileiros adoram bajular dona Dilma, de quatro, assim como já o faziam com Lula, em manifestações de apoio ao regime lulo-petista. Saem dos encontros, após as devidas genuflexões, com o nariz marrom, efeito imediato da sabujice desavergonhada. Com a próxima mudança de governo, no entanto, é provável que alterem suas devoções. A eles se juntarão, sem muito esforço, professores que antes eram favoráveis a FHC, mudaram para Lula, seguido de Dilma, e agora se especula os rumos que irão seguir. Fácil descobrir, em vista do oportunismo militante.

Certa vez ouvi de um desses mandarins (estatístico famoso e especialista em avaliação educacional), quando lhe relatava um processo de perseguição política movido por dirigentes acadêmicos subordinados ao PC do B, uma incrível resposta: "Você, infelizmente, escolheu o lado dos que perderam".  O virtuoso mestre, defenestrado há pouco, do governo Dilma, certamente se prepara para voltar ao redil, agora sob o comando de Temer ou de um eventual novo prefeito. Alguns, por largo e proveitoso treinamento, sempre escolhem o lado dos que sempre ganham ou ganharam. 

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