terça-feira, 29 de março de 2016

Augúrios: Dilma e Pimentel


Historiadores do futuro mostrarão que dona Dilma e Fernando Pimentel começaram e terminaram a vida política juntos. No início compartilhado eram somente terroristas um tanto trapalhões, é verdade; no fim, continuaram abestados, como diria Tiririca, acabando abraçados nos corredores de alguma Vara Penal sob o jugo do artigo 121 do CPB.

Em prol de ambos, há de se reconhecer que não iludiram o eleitorado, conforme muitos estão a dizer. Nem Lula o fez, para complementar a relação dos principais nomes que são equivocadamente tachados de enganadores da fé pública. Achar o contrário é o mesmo que dizer que o povo alemão foi enganado por Hitler. Este foi eleito em 1933 e gozou por doze anos, até 1945, da aprovação e apoio entusiasmado da grande maioria dos alemães, mesmo quando a Alemanha já estava perdendo a guerra. De fato, o povo alemão era nazista, de cabo a rabo. Não se pejava em ir às ruas, aos magotes, para aplaudir e receber de volta a saudação desmunhecada e frescalhote do Fuhrer. 

Os opositores e demais críticos do nazismo, bem como do petismo, sempre foram uma minoria. Nunca o nacionalismo alemão esteve mais vivo. Espantar-se, hoje, que intelectuais chapa-branca sejam devotos do PT, e até se postem de quatro para melhor serem possuídos, é ignorar o extraordinário número de pensadores alemães que gostosamente sucumbiu aos estupradores nazistas naqueles anos negros em que o mundo submergiu na barbárie totalitária. O nome de Martin Heidegger aí é emblemático; um dos maiores filósofos do século XX foi afiliado do Partido Nacional Socialista do Trabalhadores. Não existindo no Brasil qualquer nome de envergadura semelhante, a solução foi se contentar com Marilena Chauí, a plagiária, aquela que sofre epifanias quando se deleita ouvindo Lula da Silva num gozo ao estilo de Santa Tereza D'Ávila.  

Prometer e não cumprir, notadamente no campo político, mas não somente nele, é vício antigo e universal. Na economia dos afetos, as juras esquecidas marcam de maneira democrática a trajetória amorosa dos homens e mulheres de diferentes classes sociais. No Canto XXVII do Inferno, na Divina Comédia, Dante sintetiza em versos inesquecíveis o cerne da vida política: "muita promessa e pouco atendimento", conforme sugeriu um aventureiro da época ao papa de então, Bonifácio VIII, para ajudá-lo em sua guerra contra os irmãos Colona. Funcionou. O único problema foi o destino final de tão mau conselheiro, condenado à danação eterna em uma das valas do inferno, pena a que estão sujeitos a quase totalidade dos assessores dos governantes. Para ficar no âmbito popular basta recordar o belo samba canção imortalizado por Orlando Silva: "Aos pés da Santa Cruz". Pode-se ouvi-lo no Youtube.

A triste verdade é que os eleitores desejaram essa gente abominável. Talvez se possa dizer que o eleitorado tem alma feminina. Quantas são as mulheres (a começar das nossas próprias famílias), que, apesar de advertidas pelos pais, parentes e amigos, insistem em se casar com bandidos e outros tipos possuidores de caráter não recomendável? Passado algum tempo, e após maus tratos de toda ordem, ei-las, as desobedientes, reconhecendo enfim a enrascada em que se meteram. Às vezes, o fazem tarde demais. Se arrependimento matasse, a maioria já estava morta.   

Nenhum comentário: