quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Discriminaram a Benedita


Em 2004 a Ministra da Ação Social a Senadora Benedita da Silva
fez uma viagem à Buenos Aires para participar - segundo ela - de um fim de semana de orações de uma igreja evangélica (a viagem teve cunho 'oficial pois ela marcou uma visita à Ministra argentina da mesma pasta). Para cumprir tão piedosa agenda, Benedita
hospedou-se por duas noites no ALVEAR, um dos melhores hotéis da Argentina, onde a diária é de US$ 450,00.

Quando a ilustre ministra retornou ao Brasil, a notícia vazou para a imprensa. Ela esperneou muito, porém acabou demitida, mesmo prometendo devolver a grana gasta indevidamente aos cofres públicos. Tremenda crocodilagem. Damas de ascendência ariana já pintaram e bordaram pelo país afora, e nada lhes aconteceu, nem acontece. Já as damas afrodescendentes não podem beliscar um bombonzinho que seja da Casa Grande, e os moralistas já dão em cima cobrando honestidade e correção. Isso, sim, é discriminação, isso, sim, é preconceito.

Coitada da Benedita. Foi para o olho da rua da amargura,  sem imaginar que os maganos do PT, já naquele momento, tinham metas bem mais ambiciosas,  que estouraram com o petrolão (coisa pra branco, pode-se dizer). O, digamos, "escorregão" da Benedita representou apenas 0,001% da grana que o PEDRO BARUSCO, um simples gerente da PETROBRAS, escondia na Suíça. Para quem? Certamente, para capos muito mais graúdos. 


"Pobres têm que ter um triste amor à honestidade; são árvores que pegam poeira", dizia Riobaldo. Pretos, também. Dona Bené e dona Matilde (outra que passou pelo mesmo infortúnio que a Benedita), que não se esqueçam nunca de tal verdade.  

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