quinta-feira, 26 de março de 2015

Boff, o defensor de bucaneiros

O disfarce


















Leonardo Boff é um homem de grande coragem, isso não há como negar. Forjado no culto à franciscana pobreza (isso, claro, no tempo em que os franciscanos eram pobres), o eminente teólogo passou a ver fantasmas à luz do dia, imputando aos que não se submetem mais à tutela de iluminados como ele, intenções pérfidas contra pobres, negros, índios, gays e outras minorias sociológicas. É um raciocínio desprovido de base real. 

Não há qualquer sentido nas críticas que o eminente religioso vem fazendo, segundo informam os meios de comunicação que divulgam seus artigos. Se houve uma virtude trazida pelo capitalismo, foi a de universalizar o acesso a bens que, em outras épocas, eram monopólio de uma minoria. O capitalismo, de fato, democratizou o consumo. Qual a justificativa, então, para se hostilizar os novos participantes desse vasto mercado, como Boff quer nos fazer crer?

O frade tornou-se agora o mais devotado defensor dos gatunos que invadiram o Estado brasileiro. Compreensível sua conduta, se vista sob o prisma dos interesses concretos que ele representa e defende. No mundo capitalista o "faz-me rir" muito ajuda na formação de opiniões. A grana, o unto, a bufunfa, e outras similares denominações populares para o vil metal, amaciam os duros e endurecem os flácidos. Ou amolecem a rigidez ao mesmo tempo que abafam a fraqueza e neutralizam eventuais dúvidas. Tudo depende das conveniências e das circunstâncias. 

Entidade à qual Boff é vinculado, não por acaso, é uma das grandes comensais dos recursos que jorram da cornucópia petista. Sair, pois, em defesa de um bando de bucaneiros, não é algo que se faça graciosamente, por ideologia ou por convicção. Há valores monetários sustentando a cruzada do ex-frade. 

Com a sagacidade acumulada por seus pares desde os tempos medievais, Boff parece desconfiar que uma limpeza em regra, na política nacional, pode afetar as receitas tão facilmente obtidas por sua turma nos dias que correm. Melhor, então, sair à frente no mau combate. Dinheiro é importante e não aceita desaforo. A melhor defesa sempre foi partir para o ataque. É nessa moldura que se deve colocar o pacote das críticas infundadas de Leonardo Boff e outros que o seguem.   


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