segunda-feira, 7 de julho de 2014

Silêncio da OAB (e das Universidades também)

As ameaças à democracia constitucional brasileira encontram poucos defensores. Instituições que marcaram sua existência pela luta em favor da constituição - como as Universidades e, notadamente, a OAB - se rendem à sedução totalitária encarnada no petismo. É uma situação tão espantosa que até um ex-presidente da Ordem se manifestou preocupado. Em artigo publicado no jornal O Globo, o dr. Reginaldo Castro assim escreveu:
"Estamos diante de uma agenda política assustadora. Teme-se pela independência do Judiciário e do Legislativo. O aparelhamento do Estado, síntese desses temores, culmina com a edição do decreto 8.243, que o entrega ao arbítrio dos “movimentos sociais”, sem que se defina o que são, já que podem ser institucionais ou não, segundo o decreto.
Antes, tivemos o mensalão, pontuado de agressões por parte dos réus ao STF e ameaças de morte a seu presidente, Joaquim Barbosa. E ainda: a tentativa de regulamentar (eufemismo de censurar) a mídia; a inconstitucionalidade do programa Mais Médicos; a desobediência do presidente do Senado ao STF quanto à instalação da CPI da Petrobras; a violência dos black blocs nas manifestações de rua; as ações criminosas de milícias armadas do MST e do MTST, entre numerosas outras ilegalidades que reclamam uma palavra firme de condenação por parte da advocacia brasileira. E o que se ouviu da OAB? Nada.
São assassinadas no Brasil anualmente mais de 50 mil pessoas, a maioria, jovens e pobres, em decorrência do narcotráfico. Hoje, o Brasil é, além de rota preferencial do comércio de drogas, o segundo maior consumidor mundial de cocaína e o primeiro de crack. O PT, há quase 12 anos no poder, não inclui esse combate entre suas prioridades. E o que diz a OAB? Nada!"
O petismo parece ter aprendido algo sobre a natureza profunda dos burocratas: eles gostam, mesmo, é de dinheiro e de privilégios. A OAB nem sempre foi assim; ela já foi dirigida por gente de outro barro. O exemplo mais notável é o de Raimundo Faoro (vale a pena reler sua obra prima OS DONOS DO PODER). Dentro das universidades, os que não venderam a alma, ao preço de  "bolsas e ajudas de custo", se tornaram tão minoritários como os que, em outras épocas, sustentaram o espírito crítico e oposicionista aos governantes de plantão. Deve ser o tal espírito do tempo.   

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