"A opinião pública discute, nestes dias, se houve ou não agressão a Serra numa passeata no Rio, na última quarta-feira. Discute-se se foi uma bolinha de papel ou um rolo de fita adesiva que atingiu o candidato, ferindo-o levemente.
O próprio presidente Lula entrou no debate, acusando Serra de montar uma farsa. Anteontem, o "Jornal Nacional" demorou-se em provar que houve dois gestos, um com bolinha de papel e, 15 minutos depois, outro com a fita adesiva.
Não importa o que tenha sido atirado no candidato Serra. Importa mais o gesto agressivo. Ontem, atiraram uma inofensiva bolinha de papel, amanhã pode ser uma pedra ou um tiro de revólver, como já aconteceu aqui e alhures.
É inevitável que os candidatos, Dilma inclusive, sofram hostilidades. Mas o presidente não devia se meter numa briga de correligionários, instigando mais agressões. Em última instância, toda a responsabilidade é só sua.
Ele não pode esquecer que tudo de bom e de mau que ocorrer na campanha eleitoral será creditado ou debitado a seu governo. A segurança de que gozam os candidatos é um crédito de seu governo ao preservar a democracia.
Governos reconhecidamente fascistas sempre consideraram farsa quando políticos de oposição sofreram atentados. A história mostrou que a farsa frequentemente foi montada não pelas vítimas, mas pelos acusados.
O país está dividido entre Dilma e Serra. Com relação ao eleitorado de Dilma, talvez não haja dúvidas no seu meio. Mas, com relação ao de Serra, não há essa certeza. Ele repudia o maniqueísmo a que está sendo obrigado.
Como diz o professor Antônio Machado de Carvalho, aqui ao lado, uma parte do eleitorado está fazendo a opção pelo mal menor. Não está nem com um nem com outro candidato, mas com o menos ruim.
Isso precisa ser respeitado. Seja quem for que ganhar o segundo turno, terá de governar com praticamente a metade do eleitorado contra. Portanto, é melhor ir se acostumando."
Lista dos 424 que querem Lula candidato!
Há 7 anos
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