segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dunga ministro de Dilma

Analogias e metáforas sempre nos ajudam a pensar o mundo. Apenas para relembrar, “metáfora é a figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo comparativo não está expresso, mas subentendido. Na comparação metafórica (ou símile), um elemento A é comparado a um elemento B através de um conectivo comparativo (como, assim como, que nem, qual, feito etc. )”. As referências futebolísticas, por exemplo, fazem parte do anedotário político brasileiro atual. O presidente da república, aliás, é mestre na sua utilização. Uma inspeção em seus discursos nos últimos anos encontrará milhares de demonstrações neste sentido. Pois bem, o espantoso, porém, não surpreendente fracasso da seleção brasileira nos campos da África do Sul permite uma reflexão sobre o momento vivido pelo Brasil. Seria possível uma comparação entre dona Dilma e o volante Felipe Melo? Ou entre Lula e Dunga? Ou melhor, entre os pares afins Lula/Dunga e Dilma/Felipe Melo? Já circula, até, um pesadelo imaginado por alguns: Dunga ministro de Dilma.

Há possibilidade desta tragédia acontecer, pois os quatro personagens compartilham muitas coisas. Truculentos e de escassa formação cultural, todos eles espancam a palavra e a bola em bestiais demonstrações públicas de primitivismo. Note-se que a eventual presença em escolas formais não garante – como nunca garantiu - um necessário aprimoramento individual de uma pessoa qualquer. A estupidez do bando dos quatro é de raiz, quase que genética. O tipo de caráter da turma dificulta sua lapidação. Um seixo grosseiro será sempre um seixo, nunca um diamante ou um topázio imperial, por maior que seja o refinamento de seu corte e a competência do lapidador. A experiência acumulada na convivência em ambientes melhores do que o originário, no entanto, ao substituir a freqüência à escola, poderia cumprir uma função civilizatória. Mas alguns nunca saíram da sarjeta onde nasceram, ou das névoas totalitárias onde foram forjados, mesmo quando fisicamente coabitaram em ambientes mais amigáveis. A adoção de adereços materiais, penteados e botox faz lembrar os anéis de ouro em focinho de porco; enfeitam, mas o espírito deste permanece imutável.

Lula, Dunga, Dilma e Felipe Melo parecem se aproximar também no apreço a valores. Valores monetários, claro, e não aqueles que presidem a ética geral, os comportamentos e as relações com os semelhantes. Se for preciso assaltar bancos para arrumar dinheiro e, no caminho houver pessoas atrapalhando, que sejam elas assassinadas! Se for necessário atropelar e ferir outro ser humano a fim de garantir os objetivos pessoais perseguidos, que se danem as vítimas! Se para garantir uma vitória a qualquer custo for imperativo pisar no tornozelo de um colega ou chupar-lhe a carótida, faça-se isto sem qualquer piedade ou dor de consciência!
O bando dos quatro representa de maneira marcante o indivíduo amoral, aquele que não encontra limites internos para quaisquer de seus atos. Constituem, assim, uma ameaça concreta à vida e à civilização humanas. Gente com tal perfil deu vida e sustentação a aventuras sanguinárias, como as sofridas na Rússia e na Alemanha nazista em tempos recentes. Que o senso de humanidade ainda prevaleça na maioria do povo brasileiro na hora em que for votar em outubro próximo.

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