domingo, 24 de maio de 2009

DIPLOMACIA ANTI-JUDAICA

Em livro memorável chamado "A natureza do preconceito", Gordon Allport coloca um provérbio húngaro versando sobre anti-semitismo a título de irônica epígrafe: "anti-semita é aquele que odeia os judeus mais que o estritamente necessário". As autoridades maiores do Brasil, tão ciosas em proclamar aos quatro ventos seu suposto compromisso na luta contra os preconceitos e os variados racismos, mostram ao mundo inteiro, no entanto, a distância estelar entre o proclamado e o praticado. Pois não é que para a próxima escolha do diretor geral da UNESCO (órgão da UNU encarregado das ações nos campos da Educação, da Ciência e da Cultura), o governo brasileiro resolveu apoiar a indicação de um burocrata egípcio que já defendeu a destruição de livros? Livros escritos em hebraico, bem entendido? O mais incrível disto é o fato de que um dos postulantes àquele cargo é um brasileiro que tem a admiração e o respeito de toda a comunidade decente do planeta. Apesar de suas altas qualidades, no entanto, o governo Lula preferiu apoiar um personagem que, certamente, odeia os judeus não mais que o estritamente necessário.

Pode-se, até, ver uma certa coerência da diplomacia lulista quando prefere à civilização a barbárie. Os votos e as ações de Lula e seus subalternos nos foruns internacionais favorecem, mais, o que há de pior no mundo (ditadores, genocidas etc), que aqueles que representam a parte saudável do planeta. Sobas africanos, déspotas orientais, monarquias medievais e figuras caricatas diversas (como o tal de Chaves) sabem que poderão contar com a apreço e simpatia dos atuais governantes brasileiros. Vale a pena observar que, com todo o seu vasto currículo de turista internacional, o presidente brasileiro nunca se dignou a visitar uma única vez que fosse a mais antiga democracia constitucional do Oriente Médio: Israel. Isto diz mais dos bárbaros que nos governam que quaisquer declarações pueris que dia a dia a imprensa chapa branca e os inumeráveis áulicos e agregados enunciam. Seria desejável que os defensores da deplorável política anti-judaica seguida por Lula e seus "diplomatas" continuassem a ler o restante do livro de Allport. Parece que eles só ficaram na primeira página.

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