O regime autoritário pós 1964 – tão criticado por aqueles que se julgam paladinos da democracia – deixou-nos dupla herança: uma de coisas boas e outra de coisas atrozes. Este reconhecimento é necessário caso se pretenda fazer justiça histórica àquele período. Algumas das maiores obras de infra-estrutura do país (como a usina de Itaipu, por exemplo), podem ser enquadradas na categoria das coisas positivas, ao lado do arraigado sentimento de nacionalidade e da implantação de processos gerenciais modernos no campo da administração pública. Os generais, no entanto, se traziam consigo o cacoete castrense de rigidez comportamental e de cultivo da hierarquia e da disciplina, não podiam ser acusados de falta de zelo com a coisa pública. Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu, Geisel e Figueiredo foram homens probos e de vida modesta. O único com alguma devoção pessoal extravagante e algo aristocrática (pelo desabrido amor aos cavalos), foi o último deles. Mas ele podia dizer que sua Arma de origem era a Cavalaria, o que justificava seus atos.
Se estiverem estes velhos generais em algum lugar no universo do qual possam observar o Brasil de hoje, eles estarão saboreando o prato frio da vingança contra os que lhes fizeram oposição. Os que os sucederam por mais tempo formam um verdadeiro exército de Cacos (Caco era o rei dos ladrões, na mitologia grega, que teve a audácia de roubar os rebanhos de Hércules). Do lixo político do norte-nordeste vieram os piores deles. O Maranhão brindou-nos com Sarney e sua laboriosa família e extensa famulagem; Alagoas deu-nos o inolvidável Collor (que cometeu a façanha de se permitir cassar por roubalheira tal sua gravidade e extensão); Pernambuco, em íntima associação com São Paulo, imolou no altar da compostura este ícone que nos governa presentemente, na mais sórdida aliança entre os grossos capitais da banca nacional e internacional, e os não menores interesses das corporações de todos os tipos que nos avassalam.
O trio Sarney, Collor e Lula está aí em íntima e operante articulação. São públicos e efetivos aliados no controle da portentosa máquina governamental, da qual tiram fabulosos ganhos materiais e políticos. Os generais, pelo menos, se sucediam e se afastavam do processo governamental quando acabava o seu tempo de serviço. Já a herança maldita deste trio assombro (parida e cevada nos grotões habituais), é como uma craca que não se desgrudam do casco do navio. Agarrou ali, não sai nunca mais. Gulosos e insaciáveis têm no atual presidente a mais perfeita encarnação do ideário que sempre alimentaram: voar pelo mundo e abrigar os amigos nas boquinhas inumeráveis do erário. E para uso externo a mesma concepção: “tudo pelo social”, de Sarney, “o presidente dos descamisados”, de Collor e “bolsa família e inclusão social”, de Lula. A mesma genética política só poderia dar este resultado. Afinal, quem sai aos seus não degenera!
Se estiverem estes velhos generais em algum lugar no universo do qual possam observar o Brasil de hoje, eles estarão saboreando o prato frio da vingança contra os que lhes fizeram oposição. Os que os sucederam por mais tempo formam um verdadeiro exército de Cacos (Caco era o rei dos ladrões, na mitologia grega, que teve a audácia de roubar os rebanhos de Hércules). Do lixo político do norte-nordeste vieram os piores deles. O Maranhão brindou-nos com Sarney e sua laboriosa família e extensa famulagem; Alagoas deu-nos o inolvidável Collor (que cometeu a façanha de se permitir cassar por roubalheira tal sua gravidade e extensão); Pernambuco, em íntima associação com São Paulo, imolou no altar da compostura este ícone que nos governa presentemente, na mais sórdida aliança entre os grossos capitais da banca nacional e internacional, e os não menores interesses das corporações de todos os tipos que nos avassalam.
O trio Sarney, Collor e Lula está aí em íntima e operante articulação. São públicos e efetivos aliados no controle da portentosa máquina governamental, da qual tiram fabulosos ganhos materiais e políticos. Os generais, pelo menos, se sucediam e se afastavam do processo governamental quando acabava o seu tempo de serviço. Já a herança maldita deste trio assombro (parida e cevada nos grotões habituais), é como uma craca que não se desgrudam do casco do navio. Agarrou ali, não sai nunca mais. Gulosos e insaciáveis têm no atual presidente a mais perfeita encarnação do ideário que sempre alimentaram: voar pelo mundo e abrigar os amigos nas boquinhas inumeráveis do erário. E para uso externo a mesma concepção: “tudo pelo social”, de Sarney, “o presidente dos descamisados”, de Collor e “bolsa família e inclusão social”, de Lula. A mesma genética política só poderia dar este resultado. Afinal, quem sai aos seus não degenera!
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