segunda-feira, 23 de junho de 2008

MANIPULANDO A OPINIÃO PÚBLICA

Os defensores da aliança entre o PT e o PSDB na disputa para a prefeitura de Belo Horizonte manipulam vergonhosamente a opinião pública. Publicam pesquisas políticas feitas de encomenda, tentando convencer ao povo da cidade que o pacto pretendido recebe amplos aplausos dos eleitores da capital. Usam, em defesa do tal projeto, argumentos que seriam risíveis se não fossem da mais deslavada má fé. Por exemplo, querem nos fazer crer que um futuro prefeito aliado do governador e do presidente da república será algo excelente para a cidade. Sem entrar no mérito, ainda, veja-se o travo autoritário do raciocínio, similar ao que era praticado nos tempos do regime militar. Os generais gostavam de escolher os governadores e os prefeitos das capitais com a justificativa de que era necessário haver uma harmonia entre os gestores públicos. Era uma forma elegante de chamar os eleitores mais politizados de idiotas. Os grotões, ao contrário dos grandes centros, sempre são governistas. Basta ver o prestígio do PT nos vales da miséria e nas caatingas nordestinas. Nada diferente do que ocorria com a ARENA de outrora, incensada pelas aposentadorias do FUNRURAL, antecessor direto da bolsa esmola de hoje. Vê-se, assim, que tem explicação a afinidade aparentemente esdrúxula entre Lula e Delfim Neto.

Um dos mais graves problemas urbanos está no transporte coletivo. Pois bem, nos últimos cinco anos o metrô de Belo Horizonte não avançou um milímetro, apesar da decantada aliança entre o atual prefeito, o governador e o presidente. Por que não investiram nas obras, se são tão afinados politicamente? Mais estranho fica a coisa quando se sabe que o presidente da empresa que gerencia o metrô é mineiro, afiliado ao PT, e com experiência que remonta aos tempos da ditadura militar. Também a prefeita de outra cidade beneficiada pelo metrô – Contagem - é militante do petismo, tal qual o prefeito da capital. Se eles são tão próximos, qual a razão deste importante meio de transporte coletivo ter sido relegado a segundo plano? Falta de “vontade política” para usar um jargão da época? Interesses comerciais dos concessionários de ônibus? Estes, aliás, estão em processo de disputa das linhas de Belo Horizonte, no apagar das luzes de uma administração que durou 16 anos, numa espécie de xepa licitatória, coisa de fim de festa onde tudo fica na base do agarre o que puder. O mais estranho, contudo, é que nunca divulgam pesquisas de opinião contendo nomes dos eventuais concorrentes. Aí, claro, todos veriam que o candidato inventado pelos mandarins não tem qualquer substância nem viabilidade eleitoral. Todas as capitais sabem do pulsar da opinião pública local. Em BH, entretanto, fomos reduzidos à menoridade política.

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