O governo de Lula da Silva incorpora a cada dia um novo palhaço à sua diversificada troupe. Com efeito, as lideranças do lulismo, quer estejam em cargos do Executivo ou do Legislativo, principalmente neste, configuram um verdadeiro exército de Brancaleone em termos de personagens exóticos. As aberrações ali são a regra e não a exceção. Quando Lacerda disse, quarenta anos atrás, que o General Castelo Branco era mais feio por dentro que por fora, não podia imaginar o que a História nos reservava. Figuras lombrosianas – verdadeiras caricaturas vivas – aparecem diariamente nas telas da TV exibindo suas almas transfiguradas nas expressões da própria face e do restante do corpo. É como se os habitantes dos inumeráveis círculos do Inferno houvessem subido à Terra para atazanar e punir os homens da superfície. Ex-guerilheiros de ambos os sexos, covardes uns, dedos-duros outros, mais hábeis no seqüestro de cofres e pecúnias alheias que na realização de operações militares; boquirrotos impenitentes que da legislação em vigor só captam o que lhes convém, chegando ao absurdo de se ter um ministro da Justiça (?) que renega publicamente a Constituição vigente que ele deveria defender; professores extravagantes – gatunos, uns, delirantes, outros, associam-se a uma alcatéia de canídeos (Lobos, lobinhos e Lupis) em mordidas permanentes no erário, juntamente com seus parentes e outros comensais; deputados e senadores esquisitos, alguns vindos diretamente do arvoredo amazônico, outros de academias de ginástica – portando pranchas de surfe e longas madeixas parafinadas – com um estilo discursivo coerente com seu aspecto e estilo de viver; mulheres pavorosas – verdadeiros breves contra a luxúria e na boca das quais a prece vira blasfêmia (conforme sugeria Euclides), – mostrando em suas carantonhas o efeito deletério de trocar o phoder pelo poder; corruptos e frascários de variados calibres capazes de colocar despesas com amantes na conta de concessionárias de serviços públicos; alcóolatras, libertinos, traficantes e devotos de jogos ilegais passeando livremente pelos corredores governamentais etc. Todos eles acima referidos, mas não só eles, somados configuram um governo de flaneurs cujo objetivo supremo parece ser o de exercitar os sete pecados capitais. E tudo sob as bênçãos veladas de frades e sacerdotes atrevidos e simoníacos, além de bispos idólatras do dinheiro, descendentes diretos de Anás e Caifás.
Se Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar perpetuamente uma pedra morro acima que, ao chegar lá, logo retornava ao seu ponto de partida rolando ladeira abaixo, Lula da Silva parece cumprir uma maldição semelhante. Com um agravante, em relação a Sísifo: o infeliz grego cumpria seu destino em trágico silêncio. Lula da Silva, não! A cada dia, numa vilegiatura interminável, ele ofende nossos ouvidos com uma peroração insana. Os deuses pagãos, porém, não o condenaram, como poderia supor a comparação com Sísifo. Os condenado fomos nós, pobres mortais, a ter que ouvir – dia após dia – o resultado da baba pegajosa de Lula da Silva, eternamente preso a um palanque de onde nunca desceu e fugindo, como o demônio foge da cruz, de qualquer responsabilidade com o trabalho ou a algo que a este se assemelhe. As vulgaridades e os ditos de má fé, aliás, são mais presentes na sua boca que a própria saliva. Ainda recentemente, para criar “vacina” contra a responsabilização que fatalmente ainda cairá sobre ele com relação ao incremento da inflação (cujos índices começam a subir perigosamente), Lula da Silva brindou o país com uma explicação torpe do processo inflacionário. Segundo ele, a inflação “é culpa de quem vende e de quem compra, de quem governa e de quem não governa”. A estupidez cristalina da declaração é de tal ordem, que uma pessoa normal duvidaria ser possível que alguém ocupante do cargo de presidente da república pudesse fazê-lo. Nem o Conselheiro Acácio conseguiria realizar façanha semelhante a esta, e a tantas outras que se perdem no anedotário. A má-fé da formulação lulesca, no entanto, salta aos olhos. Ele quer, antecipadamente, se prevenir de qualquer ataque à sua incúria e incompetência. Dizer que a culpa da inflação é de quem “compra e de quem vende” é afirmar, em outras palavras, que a culpa é de todos nós. Ele, Lula da Silva, não tem nada a ver com isto, afirma de maneira obliqua. O Brasil não é uma país de todos? Pois, então, a culpa da inflação, na lógica presidencial, também é de todos. Ou seja, nós somos os responsáveis. Ele, Lula da Silva, ainda se atribuiria o mérito de ter “alertado” o povo de sua “verdade”.
Um comentário:
Qual é seu e-mail professor machado?????
É professor_machado@hotmail.com ?
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