quarta-feira, 10 de abril de 2019

O novo ministro da Educação e sua equipe

Com a nomeação de novo ministro da Educação - professor Abraham Weintraub - o presidente Bolsonaro indica que vai conseguir botar alguma ordem no caos ministerial onde chafurdam os burocratas ideologizados e cevados no lulopetismo nos últimos 16 anos. Parafraseando o Mestre Darcy, cuidado, ministro, com a nuvem, não de gafanhotos, mas de "supervisores, orientadores, psicólogos, sociólogos, fonoaudiólogos, logopedistas, nutrólogos, curricólogos, audivisiólogos, comunicólogos" e outros que tais que infestam seu ministério. São capazes de babar nas escadas para que outros caiam e quebrem o pescoço. A escolha de sua equipe, como primeira sinalização para se estabelecer os melhores rumos da nossa educação, já enche de esperanças aqueles que pretendem acabar com a desonestidade orgânica do multitudinário sistema escolar do Brasil. 

Chama a atenção o fato do novo ministro não se cercar, nos cargos estratégicos, de nenhuma pedagoga desmiolada, conforme era comum, por exemplo, no Conselho Nacional de Educação, nos tempos do lulismo, onde já tiveram assento figuras como aquela dama protonazista que reeditou,  em plena Avenida Paulista, formidável queima de livros (similar à ocorrida em Berlim, em 1933), e uma outra, especialista em penteados afros e crítica feroz de Monteiro Lobato, considerado racista por causa de personagens, frutos de ingênua fabulação, contidas em sua obra literária infantil. Seria uma piada se não fosse digno de choro envergonhado e convulsivo.  
  
Não é preciso fazer longas elucubrações para se perceber a gravidade e a extensão dos problemas educacionais do país. Em seu livro seminal - Nossa escola é uma calamidade - editado naquele distante 1984, pela editora Salamandra - o professor Darcy Ribeiro fez uma crítica devastadora às pedagogias desvairadas que até então se praticavam nesse portentoso, ineficiente e, sobretudo, caro sistema escolar em todos os seus níveis: da educação fundamental, conforme se diz hoje, à pós graduação, das redes públicas municipal à federal, passando pelas redes estadual e particular. Ao que parece, os velhos vícios tão finamente percebidos por 
Darcy Ribeiro, em linha de continuidade com o pensamento de Anísio Teixeira, ainda continuam em vigor. Talvez, até piorados, se feita uma comparação justa. 

Com o novo ministro e sua nova equipe ficam a expectativas de sucesso. Somente uma advertência final: reitere-se o necessário cuidado com os que se definem como pedagogos, educadores ou consultores que não ajuntam pedras, somente palavras; a eles, nenhuma função relevante. Dar-lhes espaço é o caminho mais curto para a inexorável ruína.


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