segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Proudhon: Confissões de um revolucionário


"A ironia foi, em todos os tempos, o caráter do gênio filosófico e liberal, o selo do espírito humano, o instrumento irresistível do progresso. Os povos estagnados são todos sérios: o homem do povo que ri está mil vezes mais perto da razão e da liberdade que o anacoreta que reza ou o filósofo que argumenta. Ironia, verdadeira liberdade, és tu que me livras da ambição de poder, da servidão dos partidos, do respeito pela rotina, do pedantismo da ciência, da admiração pelos grandes personagens, das mistificações da política, do fanatismo dos reformadores, da superstição desse grande universo e da adoração de mim mesmo" (Proudhon). 


A história humana está recheada dos mais acabados exemplos do uso da ironia: Diógenes, Rabelais, Padre Vieira, Sorokin e Darcy Ribeiro, para ficar tão somente em alguns ícones do pensamento mundial. Isto para não se referir a Borges e ao maior de todos eles, Jonathan Swift. Caso a alguém seja recomendada a leitura de que “uma criancinha sadia e bem amamentada é, com um ano de idade, um alimento dos mais deliciosos, nutritivos e saudáveis, quer ensopada, assada ou cozida e, não tenho dúvidas, que ela poderá também ser preparada como fricassé ou ragout”, conforme o contido na “Proposta Modesta” do genial irlandês, correrá o risco de ser acusado de defesa e propagação do canibalismo.
 

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