sexta-feira, 9 de novembro de 2018

É a energia, estúpido!


Discute-se no presente momento o lugar político que deve ser ocupado pelas questões ambientais. Junta-se o ministério do meio ambiente com o ministério da agricultura? Mantém-se o ministério do meio ambiente autônomo? Esta é uma discussão sem fim e afastada da verdadeira questão que é a centralidade da energia na formulação da grande política nacional.

Se é necessária a fusão de ministérios, conforme deseja o presidente Bolsonaro, que o seja entre os ministérios do meio ambiente e o das minas e energia. Mineração e siderurgia são os setores que mais consomem energia na economia brasileira. Os grandes impactos ambientais no país são derivados da demanda energética e esta só tende a se incrementar com o avanço das atividades produtivas. Para cada ponto de percentagem de aumento anual do PIB, a demanda de energia cresce entre 1,3 e 1,7 pontos, entre umas estimativas mais e outras menos conservadoras.

Essa ligação umbilical entre energia, atividade minerária e meio ambiente pode ser comprovada com uma análise dos maiores desastres ambientais ocorridos em diferentes pontos do planeta, a começar pela tragédia no Rio Doce, na cidade de Mariana, em Minas Gerais. Tchernobil, na Ucrânia é um outro ícone dos desastres energéticos, sem falar nos continuados derramamentos de petróleo pelos mares do mundo afora. Os estragos nos cursos d'água, nas terras e nos ares são perceptíveis por qualquer um que queira ver a amplitude dos desastres e seus impactos para a vida humana.

Sob tal vinculação acima referida, o encaminhamento mais sensato para efetivas e orgânicas relações administrativas e políticas seria criar o superministério das minas, energia e meio ambiente. Afinal de contas, e parafraseando conhecido aforisma: é a energia, estúpido!

 

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