Na missa negra celebrada nesta terça-feira, disfarçada de programa
eleitoral do PT, Lula ensina que o naufrágio econômico só existe porque os
afogados insistem em lamentar o que aconteceu. Como recita o Exterminador do
Plural, os culpados pelo buraco em que o país se meteu são “as pessoas que
falam em crise, crise, crise, repete (sic) isso todo santo dia”.
Essa conversa de 171 confirma que, na cabeça baldia do ex-presidente,
qualquer problema desaparece se a palavra que o identifica deixar de ser
pronunciada. Foi por isso que o restante do sermão não reservou uma única e
escassa vírgula ao triplex do Guarujá, ao sítio em Atibaia ou à segunda-dama
Rosemary Noronha. O pregador teima em acreditar que basta ignorar uma encrenca
para que a encrenca suma.
O mestre e seus discípulos ainda não entenderam que as coisas mudaram
depois da Lava Jato. Se espera que as delinquências que protagonizou sejam
esquecidas, é bom esperar sentado. Bem mais sensato seria providenciar um
esconderijo reformado por empreiteiros amigos ─ antes que chegue o Japonês da
Federal.
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