quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Islã: a ameaça totalitária

É necessário voltar ao assunto do assassinato de jornalistas numa redação, e de judeus inocentes dentro de uma mercearia  em Paris. Sem concordar com os atos abomináveis, é possível entender os atentados ao jornal Charlie Hebdo. As habituais críticas cultivadas pelo semanário, ainda mais contundentes quando recheadas de corrosiva ironia, tem um efeito explosivo. Somente uma sociedade aberta é capaz de dar guarida a tal tipo de manifestação. Mas, e os judeus comuns que morreram fuzilados na mercearia, homens e mulheres que estavam somente a comprar comida, coisa corriqueira no normal da vida de todo cidadão? Qual a justificativa para este ato de barbárie se não o mais rombudo anti-semitismo? Haveria uma lógica (torta, é verdade) nas represálias às quais os terroristas julgavam ter direito contra os caricaturistas. A ironia fere. Fere mais quando está lastreada em fatos da realidade. E os judeus vítimas de seus ataques? Como justificar tal conduta criminosa? Por determinação do Eterno? Islã significa submissão à vontade de Deus. Seria vontade de Allah os homicídios de judeus? Quem faz tal interpretação dos livros sagrados e transmite-a para os devotos a fim de ser seguida? Numa sociedade aberta tais conjunções seriam inimagináveis.

Os aiatolás e outros potentados muçulmanos se incomodam com as ironias porque sabem, no fundo no fundo, que suas confusas e cruéis formulações possuem algo de risível no seu meio. Há coisa mais ridícula, por exemplo, que o jeitão das tais lideranças jihadistas que vivem aparecendo nos meios de comunicação? O tal comandante da Al Qaeda no Iemen (o mesmo que assumiu a autoria da ordem de matança parisiense), já é, em si, uma caricatura viva, com seu olhar insano e sua longa barba tricolor (preta, branca e amarela). Faria sucesso no carnaval do Rio de Janeiro. O problema é que ele gosta de andar armado, e se julga no direito de decidir quem pode viver e quem deve morrer. Ele, no entanto, não pode ser considerado um psicopata ou portador de algum distúrbio mental, alguém digno de ser mandado ao manicômio. Não. Esse sujeito é normal, dentro dos parâmetros dos devotos do Islã. Gente como ele acha perfeitamente correto jogar bombas em inocentes ou atirar em judeus desarmados, pelo simples fato de serem judeus, como fizeram no último 7 de janeiro.

A grande questão a ser debatida nos dias de hoje tem a ver com os fundamentos totalitários de determinadas organizações, religiosas ou políticas. Mais que nunca, é fundamental retomar o debate proposto por Karl Popper em sua obra "A sociedade aberta e seus inimigos". O mundo da democracia constitucional (onde há divisão de poderes e respeito aos direitos humanos), é incompatível com o mundo dos adeptos de religiões como o islamismo. No Islã não cabe o conceito de "indivíduo", que foi a grande conquista obtida pelas sociedades ocidentais após a Reforma Protestante.

Decifra-me ou te devoro. Continua valendo o desafio milenar.

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