terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Onde está a ABIN?

O anúncio de Dilma de que iria consultar o MP antes de dar sequência à reforma ministerial gerou críticas do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.  Por meio do Twitter, Joaquim Barbosa afirmou: "Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo!!!". O ministro aposentado também acrescentou que o Ministério Público não tem a função de assessorar o poder político.

As considerações do ex-ministro apontam para uma obviedade indiscutível. O Palácio do Planalto tem à sua disposição a famosa ABIN - Agência Brasileira de Inteligência; é simplesmente ridículo a dita presidente da república querer, agora, a opinião do Ministério Público nas nomeações para cargos de confiança do governo federal. Aliás, causa espanto que a ABIN não tenha informado as autoridades sobre a lambança que vem sendo praticada nos últimos doze anos, e não somente na Petrobrás. Ou, ao contrário, terá informado, sim, porém ninguém deu bola para os espiões palacianos? 

Francamente, uma roubalheira tão institucionalizada e ninguém sabia nada a respeito? A destruição do tecido social (os fatos e suas implicações só faltam gritar de tão evidentes), não nos colocariam frente a uma questão de segurança nacional? A subversão, que tanto preocupava os militares de outrora, levando-os aos desatinos que conhecemos, não é de natureza ideológica; a subversão de verdade é a corrupção.  

PS: Atualizando o comentário. O jornalista Elio Gaspari publicou em sua coluna semanal, um dia após esta postagem, a mesma perplexidade a respeito da ABIN. Se o serviço federal de inteligência e informação é incapaz de detectar as coisas que ocorrem na superfície, descaradamente, teria ele condições de investigar o que se passa nos subterrâneos? Mais espantoso, ainda, é a não divulgação do futuro responsável pela Agência. Um presidente da república sério fundamentaria sua ação política tendo como base uma estrutura tão vital como a de segurança, informação e inteligência. Deveria ter sido o primeiro ministro a ser escolhido.

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