quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Silvio Santos e o pastor

Silvio Santos é um craque. Em matéria de negócios o octogenário camelô é imbatível, verdadeiro gênio da comunicação. Pode ser considerado o maior vendedor do mundo. Sem nenhuma dúvida encarna o grande princípio estruturador da sociedade brasileira - a lei de Gérson - que prescreve: "faça como eu, que gosto de levar vantagem em tudo..."

Como não há vitoriosos absolutos, Silvio Santos carrega no currículo uma única nódoa: foi engabelado por um obscuro pastor evangélico, um denominado Armando Corrêa, que era dono do falecido PMB - Partido Municipalista Brasileiro. Nas eleições presidenciais de 1989, quando o brilhante camelô se credenciava como único em condições de bater Fernando Collor, uma simples manobra conduzida pelo então ministro do STF, Francisco Rezek, cassou a ameaçadora candidatura. Descobriu o atento ministro que o PMB não tinha base legal para existir; o pastor se esquecera de atender a alguma singela exigência burocrática e o partido estava dissolvido. Quanto teria custado a Silvio Santos a manobra que, possivelmente, seria bem sucedida em lançá-lo como postulante à presidência? Já naquela época os porquinhos - sempre eles - acolitavam o candidato (para que ninguém esqueça, os suínos de então atendiam pelos nomes de Hugo Napoleão, Marcondes Gadelha e Edson Lobão). Mas a dúvida fundamental permanece: o que aconteceu com o único homem que enganou o craque? Onde estaria, hoje, essa figura incrível que conseguiu vender fumaça para Silvio Santos? Consta que teria ido para Rondônia. Não se sabe se é verdade tal suposição nem se ele ainda está vivo. Apesar da pernada que levou, o saldo para Silvio Santos ainda é positivo. Só o beiço na CEF é jogada digna dos maiores mestres. Daria um filme e, com certeza, bem melhor que o filho do Brasil.

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