segunda-feira, 6 de abril de 2009

AINDA OBAMA E LULA

Os aduladores de Lula não perdem a oportunidade de puxar-lhe o saco. Os inefáveis teólogos da libertação - Boff à frente - tentam agora vender para o mundo uma aparência edulcorada do atual presidente da república (isto depois de terem dado farta contribuição para lapidar a imagem do tosco pelego sindical durante anos e anos) . Em recente artigo o antigo frade franciscano insiste na idéia de que o presidente americano estaria no mesmo patamar do "colega" brasileiro: Lula defendendo a bandeira dos pobres do mundo e Obama encarnando a bandeira do meio ambiente, ao propugnar por uma economia fundada em novas energias ecologicamente sustentáveis. Na visão bóffica esta seria a dupla dinâmica da atualidade. Os dois seriam "os caras", para parafrasear termos aí em voga.

Forjado na milenar tradição de que miseráveis devem viver de esmolas, nada mais coerente que a defesa de Lula feita por Boff, bem como de seus débeis programas sociais, que nada mais fazem que perpetuar o vasto mercado que alimentou franciscanos e outros confrades seus durante séculos e séculos. Boff conhece bem o mecanismo de extrair sangue de pulga. Toda a vasta e incomensurável estrutura da primeira das multinacionais - a Igreja Católica - foi edificada na base dos tostões de Pedro, diligentemente acumulados em todos os rincões da Terra por mais de dois mil anos. Ele conhece bem a força dos vínculos mediatizados pelas dádivas; a simbiótica relação entre doador e receptor. Esta gente, de fato, ama muito mais a pobreza que os pobres propriamente ditos. Se o mundo civilizado dependesse destes teólogos estaríamos, ainda, na escuridão medieval pedindo bênção aos clérigos e sendo governados por bispos e cardeais.

A descarada tentativa de associar um ao outro, denota a clara pretensão de parasitar a confiabilidade de Obama frente ao mundo. É um verdadeiro passa-moleque no esforço de resistir aos efeitos da modernidade. Do ponto de vista "ecológico" a comparação de Boff assemelha-se à defesa do carrapato; este vai longe, porém, agarrado nas costas do boi. O antigo frade, incapaz de perceber o apreço de Lula pelos banqueiros e pelos magnatas, também não consegue avaliar os danos ambientais pelos quais Lula é responsável no Brasil de hoje (o exemplo mais singelo está na devastação da Amazônia; outro estaria na manutenção da oferta de óleo diesel altamente poluente à frota de ônibus e caminhões, apesar de haver mecanismos de correção que nunca foram adotados por desídia ou por oportunismo). Boff poderia nos poupar de suas platitudes e pedir desculpas pelo que ele foi responsável na ascenção do lulismo ao poder no Brasil. E não ficar querendo ampliar o raio de ação desta gente perniciosa para outros rincões do planeta.

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