"Finalmente vimos a cara verdadeira da Dilma, carregada de ódio, acusando o governo anterior do FH, porque lá teria havido também corrupção. Claro que sempre houve; corrupção existe desde a fundação da cidade de Salvador, desde 1550, quando Tomé de Souza, primeiro governador do Brasil criou o “bahião”, roubando tanto que quase quebrou Portugal. Dilma tenta responsabilizar outros governos, esquecendo-se de que estão no poder há 13 anos e só fizeram m... ah, “malfeitos”.
Os mais espantosos escândalos do planeta
foram provocados por uma corrupção diferente das tradicionais: com o PT no
governo, a corrupção foi usada como ferramenta de trabalho, quando o nefasto
Lula chamou a turminha dos ladrões aliados e disse: “Podem roubar o que
quiserem, desde que me apoiem e votem comigo”. Mas, neste artigo não quero mais
bater no governo, pois tudo já está dito, tudo provado, tudo batido.
Quero me ater aos vícios mentais que assolam
essa gente, para além da roubalheira.
Como se forma a cabeça de um sujeito como
Dirceu, Vaccari, a cabeça do petismo, esse filho bastardo do velho socialismo
dos anos 1950?
Havia antigamente uma forte motivação
romântica nos jovens que conheci. Era ingênuo, talvez, mas era bonito.
A desgraça dos pobres nos doía como um
problema existencial nosso, embora a miséria fosse deles. Era difícil fazer uma
revolução? Deixávamos esses “detalhes mixurucas” para os militantes tarefeiros,
que considerávamos inferiores “peões” de Lênin ou (mais absurdo ainda)
delegávamos o dever da revolução ao presidente da Republica, na melhor tradição
de dependência ao Estado, como hoje.
Quando o PT subiu ao poder, eu achava que
havia um substrato generoso de amor, uma crença na “revolução”, que era a mão
na roda para justificar tudo, qualquer desejo político. Nada disso. Só vimos
uma “tomada do poder”, como se os sindicalistas estivessem invadindo o palácio
de inverno em São Petersburgo.
Seus vícios mentais eram muito mais óbvios e
rasteiros do que esperávamos. Foi minha grande decepção; em vez da “justiça
social”, o que houve parecia uma porcada magra invadindo o batatal.
E aí, me bateu: como é a cabeça do petista
típico?
Em primeiro lugar, eles são inocentes, mesmo
antes de pecar. Estão perdoados de tudo, pois qualquer fim justifica seus
meios, vagamente considerados “nobres” no futuro.
Para eles não existe presente — tudo será “um
dia”. Não sabem bem o quê, mas algo virá no futuro.
Eles têm a ideia assombrosa de que o partido
pode se servir do Estado como se fosse sua propriedade; assim, podem assaltar a
Petrobras, fundos de pensão, outras estatais com a consciência limpa, porque se
a Petrobras é do povo, é deles. Não é roubo, em sua limitada linguagem de
slogans — é “desapropriação”.
Aliás, e o silêncio dos intelectuais
simpatizantes diante dos crimes óbvios? Está tudo caladinho...
Outra coisa: o petista legítimo, “escocês”
(como o Blue Label 30 anos, único que o Lula toma), acha que “complexidade” é
frescura e que a verdade é simplista, um reducionismo dualista. Para eles, o
mundo se explica por opressores e oprimidos, tudo, claro, culpa do
“capitalismo”, tratado como uma pessoa, com crises de humor: “Ih, o capitalismo
está muito agressivo ultimamente”.
Para eles, na melhor tradição stalinista,
deve-se ocultar da população questões internas do governo, pois não confiam na
sociedade, esse aglomerado de indivíduos alienados e sem rumo.
Podem mentir em paz, sem dar satisfações a
ninguém. Eles têm ausência de culpa ou arrependimento, têm o cinismo perfeito
de quem se sente uma vítima inocente no instante mesmo em que se esmeram na
mentira.
Na prática têm as mesmas motivações do velho
stalinismo ou do fascismo: controle de um sobre todos e o manejo da Historia
como uma carroça em direção ao “socialismo” imaginário em que creem ou fingem
crer.
Ser esquerdo-petista é uma boa desculpa para
a própria ignorância (como o são!) — “não preciso pensar muito ou estudar, pois
já sou um militante do futuro!” Entrar no partido é sentir-se vitorioso,
escondendo o fracasso de suas vidas pessoais, por despreparo ou incompetência.
Nunca vi gente tão incompetente quanto a
velha esquerda. São as mesmas besteiras de pessoas que ainda pensam como nos
anos 1940. Não precisam estudar nada profundamente, por serem “a favor” do bem
e da justiça — a “boa consciência”, último refugio dos boçais.
Aliás, vão além: criticam a competência como
porta aberta para a direita; competência é coisa de neoliberal, ideia que
subjaz por exemplo na indicação de Joaquim Levy — “neoliberal sabe fazer
contas”, pensam. Se não der certo, por causa de suas sabotagens, a culpa é dos
social-democratas. Como não têm projeto algum, acham que os meios são seus
fins.
A mente dos petistas é uma barafunda de
certezas e resume as emoções e ações humanas a meia dúzia de sintomas, de
defeitos: “sectários, obreiristas, alienados, vacilantes, massa atrasada e
massa adiantada, elite branca” e ignoram outros recortes de personalidade como
narcisistas, invejosos, vingativos e como sempre os indefectíveis filhos da
puta. Como hoje, os idiotas continuam com as mesmas palavras, se bem que
aprenderam a roubar e mentir como “burgueses”.
Obstinam-se com teimosia nos erros, pois
consideram suas cagadas “contradições negativas” que se resolverão por novos
acertos que não chegam nunca. Há anos vi na TV um debate entre o grande
intelectual José Guilherme Merquior e dois marxistas que lamentavam erros
passados: derrota em 1935, 56 na Hungria, 68 na Tchecoslováquia, 68 no Brasil,
erros sem fim que iriam “superar.” Mas nada dava certo. Merquior não se conteve
e replicou com ironia: “Por que vocês não desistem”?
Não pode haver dúvida da loucura contida
nisso tudo. Só uma agenda irracional defenderia uma destruição sistemática dos
fundamentos que garantem a liberdade organizada. Apenas um homem irracional
iria desejar o Estado decidindo sua vida por ele. Muitos são psicopatas, mas a
maioria é de burros mesmo".
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