terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nuvens de gafanhotos

O ex-governador Garotinho criou uma frase memorável anos atrás. Definiu o PT como o partido da boquinha, sempre à cata de algum cargo para seus inumeráveis "militantes". O PT, evidentemente, evoluiu nas suas pretensões. Já não se satisfaz mais com meras boquinhas na administração pública. O negócio agora são as bocadas, coisa grande, negócio dos bons para ninguém botar defeito. As recentes notícias sobre a invasão da turma na seara do Sistema S (SESI, SENAI, SEBRAE, etc), dão uma pálida ideia a respeito do método de saqueio a que estão submetidas as instituições brasileiras. Segundo o divulgado pela imprensa, a nora de Lula mamava treze paus (para respeitar a terminologia do Vavá, irmão de Lula); a mulher do mensaleiro hóspede da Papuda - ex-deputado petista João Paulo Cunha - o capilé era mais suntuoso: 23 paus por mês! E tudo sem a necessidade de sequer bater o ponto na repartição. Às duas madames junta-se um exército de coordenadores de sei lá o quê, de assessores de porra nenhuma, de consultores do nada e outras denominações funcionais fajutas que a larga imaginação da turma oferece.

O PT parece uma nuvem de gafanhotos, verdadeira praga do Egito, que não poupa nada nem ninguém. Curioso é a capacidade que revela de aparelhar entidades patronais, arrancando dinheiro dos empresários com a mesma facilidade com que depredam as entidades sindicais dos trabalhadores. Há casos, como o do candidato petista ao governo mineiro - ex-ministro Fernando Pimentel - que abocanhou alguns milhões de reais fazendo "consultoria" para a Federação das Indústrias de Minas Gerais (como se empresários solidamente estabelecidos precisassem de um comunista para lhes ensinar a ganhar dinheiro). A menos, claro, que Pimentel seja uma encarnação do banqueiro anarquista, personagem aludido por Fernando Pessoa em seus Contos de Raciocínio.  

Com faro extraordinariamente apurado, os petistas seguem e perseguem o dinheiro onde quer que este esteja, qualquer que seja seu eventual controlador, depositário ou proprietário. Pode ser bicheiro? Sim. Pode ser traficante? Sim. Pode ser quadrilheiro? Sim. Pode ser igreja? Sim. Pode ser banco ou instituição financeira? Sim. Pode ser empreiteiro? Sim. Pode ser sindicato patronal? Sim. Pode ser entidade estudantil? Sim. Enfim, qualquer que seja o tipo de trapaceiro, picareta, publicitário ou similar, em tudo quanto é entidade, o petismo e assemelhados lá estarão de biquinho aberto a espera da cobiçada ração, qual filhotes esganados de carniceiros e de rapinantes.

Essa vasta clientela sugando a seiva vital da nação venderá caro a derrota nas próximas eleições. Perder uma bocada de um ou dois paus por dia não é para qualquer um. As hienas demonstram a força com que se aplicam na defesa da carniça. Enfrentam leões, leopardos e crocodilos com assombroso destemor. E essa nuvem de gafanhotos não se deixará ser varrida do mapa se maneira graciosa, cheia de fair play, como finos cavalheiros que respeitam as regras do jogo. Farão o diabo, já advertiu e conclamou  dona Dilma. Essa nefasta senhora e Lula da Silva são apenas o ápice de uma estrutura tentacular que se desdobra e se multiplica como erva daninha. A tiririca do jardim, não o inofensivo palhaço deputado, resiste aos mais poderosos herbicidas. O herbicida para o PT é o voto livre e a defesa das leis e das instituições.

Os parasitas que congregam nos templos do PT configuram, mais que uma nova classe social, uma casta que transfere de pai para filho, de marido para mulher, de irmão para irmão, de cupinchas para cupinchas os privilégios e os recursos subtraídos da sociedade. É um esquema mais vasto e mais profundo que o clientelismo tradicional dos coronéis nordestinos, um tanto amadores perto dos petistas; estes sim são profissionais.

Frente aos caraminguás da bolsa-família, a bolsa-companheiro é um insulto aos pobres do Brasil. A bolsa-família poderia ser duplicada melhorando a vida dos que a recebem. Bastaria, tão somente, acabar com as boquinhas, as bocas e as bocadas diversas que alimentam os parasitas - do petismo e associados - que engordam mamando nos cofres públicos.  

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