Dona Dilma parece piscar para os autoritários,
os mesmos que ela disse ter combatido nos idos dos anos 60 e 70 do século
passado. O discurso dela e deles tem notável similitude. As frases arrevesadas da
madame, tão politicamente obscenas, poderiam ser confundidas, sem maiores
dificuldades, com a daqueles generais cucarachas, bananeiros carrancudos,
senhores sempre com grandes óculos escuros e a túnica coberta de medalhas
coloridas. Compartilham simbolicamente os mesmos trajes e o mesmo espírito
truculento.
Naqueles ditos anos de chumbo, os milicos
arengavam contra as vivandeiras impenitentes que chaleiravam os bivaques. Outra
curiosa imagem castrense - das mais repetidas - denunciava os pescadores de
águas turvas, além da crítica aos inevitáveis defensores da tese do quanto
pior, melhor. Pouca diferença há entre posições separadas por meio século. Dona
Dilma é uma espécie de Costa e Silva modernizado, cujo espírito pode ter
baixado na atual presidente. Outra possibilidade, bem plausível, é a da alma de
Dilma ser uma síntese de Costa e Silva com Garrastazu Médici. Afinal foram os três forjados nos pagos gaúchos. Eles se entendem. Castelo Branco, não. Este era
mais sofisticado. Também Geisel, homem íntegro, nunca se permitiria envolver
com os gatunos petistas. Era gaúcho porém luterano. A religião o salvou. As almas penadas dos outros (com a eventual e secundária participação de Figueiredo), estariam bem acolhidas pela governante que nos infelicita.
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